Descrição de chapéu inflação juros

Vinho e doce de leite são vilões dos preços na Argentina; veja exemplos de outros países

Países desenvolvidos sofrem com gasolina e diesel; emergentes, também com alimentos

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São Paulo

Cenoura e tomate no Brasil. Vinho e doce de leite na Argentina. Gasolina nos Estados Unidos e países europeus.

Dados sobre a alta da inflação em diversos países apontam que os mais ricos têm sido afetados, principalmente, pelo preço dos combustíveis, enquanto as economias mais pobres sofrem adicionalmente com o aumento dos alimentos.

Levantamento realizado pela Folha mostra os itens com as maiores altas nos 12 meses encerrados em março para três economias desenvolvidas (EUA, Alemanha e Reino Unido) e cinco emergentes (Brasil, Índia, China, África do Sul e Argentina).

Os argentinos convivem com uma das maiores inflações do mundo (55%). O Brasil, com a taxa mais elevada entre as grandes economias mundiais (11,3%). A China é uma das exceções no cenário global, com inflação de apenas 1,5%.

Os demais enfrentam uma inflação ao consumidor de 5% a 8,5% —essa última, o índice mais alto em cerca de 40 anos nos Estados Unidos.

Relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgado neste mês mostra que os preços dos alimentos e de energia/combustíveis são os que mais contribuem para a inflação global, mas com pesos diferentes em diversas regiões.

No ano passado, os alimentos foram responsáveis por 5% da inflação nos EUA, 22% na Europa e 78% na África Subsaariana. Energia e combustíveis tiveram participação de 46% na inflação americana e de 73% na europeia.

No Brasil, a alimentação em domicílio ficou 29% mais cara nos últimos 12 meses, enquanto a inflação de combustíveis e energia foi de 14%. No Reino Unido e Alemanha, os alimentos subiram 6% no período. Energia e combustíveis, 23%.

Segundo o Fundo, as pressões sobre os preços geradas pela guerra na Ucrânia devem fazer com que a inflação permaneça elevada por mais tempo, principalmente no caso dos alimentos.

"É provável que o conflito tenha um impacto prolongado nos preços das commodities, afetando o petróleo e os preços do gás mais severamente em 2022 e os preços dos alimentos até 2023 (por causa do impacto defasado da colheita deste ano)."

Além da elevação direta no preço de produtos negociados internacionalmente, o Fundo destaca que, na maioria dos mercados emergentes, o aumento dos preços dos alimentos também é influenciado pelo mau tempo que atingiu as colheitas e por custos mais elevados gerados pela alta dos combustíveis e fertilizantes.

Conforme destaca o FMI, os alimentos são parte importante da cesta de consumo das famílias em países de baixa renda. Além disso, algumas nações mais pobres têm dietas muitas vezes concentradas em apenas um tipo de grão —trigo, milho e sorgo na África Subsaariana, por exemplo.

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