Ex-CEO da Mastercard é candidato dos EUA ao Banco Mundial

Atual presidente da instituição deixará cargo até o final de junho

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Washington | AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs o indiano-americano Ajay Banga, 63, ex-CEO da Mastercard, para presidir o Banco Mundial, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (23).

Segundo comunicado oficial, Banga tem experiência para mobilizar recursos públicos e privados para enfrentar os desafios mais urgentes do nosso tempo, inclusive o aquecimento global, dias depois de o atual presidente da instituição, David Malpass, anunciar sua renúncia.

O candidato nasceu e foi criado na Índia, onde terminou seus estudos antes de iniciar sua carreira profissional em empresas do setor agroalimentar, como Nestlé e PepsiCo, no final do século 20, e depois passar para o setor financeiro. Desenvolveu a estratégia de microfinanças do banco americano Citigroup entre 2005 e 2009.

Ajay S. Banga, ex-CEO do Mastercard, participa do India Economic Summit em Nova Déli - Money Sharma - 5.out.2017/AFP

Em 2009, foi diretor de Operações da Mastercard, tornando-se diretor-geral um ano depois, e CEO do grupo, até o final de 2021.

Hoje, trabalha como executivo do fundo americano de capital General Atlantic e preside o conselho de administração do Holding Exor, da família Agnelli, a dinastia italiana que criou o império do grupo automobilístico Fiat.

O Banco Mundial aceita candidaturas até 29 de março e já destacou que incentiva a apresentação de candidatas.

O apoio à candidatura de Banga se dá no momento em que se pede mudanças nos bancos de desenvolvimento para que abordem problemas globais, como o meio ambiente.

A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, estima que o modelo desse tipo de credor, que consiste no endividamento dos países para fazerem investimentos específicos, é "insuficiente".

Os Estados Unidos são o principal acionista do Banco Mundial. Por tradição, seu presidente costuma ser americano, enquanto um europeu chefia o FMI (Fundo Monetário Internacional). Uma distribuição de responsabilidades criticadas há anos por países como Brasil, China, Índia e Rússia, que querem ter mais peso nessas instituições internacionais.

Em declarações à imprensa, um funcionário do governo americano considerou que, "na Mastercard e no General Atlantic, Ajay transformou em prioridade a luta contra a mudança climática e a mobilização de capital privado para impulsionar a transição verde".

"Essas são experiências e prioridades que guiarão e estimularão seu trabalho nos próximos anos no Banco Mundial", disse essa fonte.

Yellen celebrou o anúncio da candidatura. Banga "tem as habilidades adequadas de liderança e gestão, a experiência de viver e trabalhar em mercados emergentes e a expertise financeira para liderar o Banco Mundial em um momento crítico em sua história", afirmou a secretária.

Na opinião de Yellen, sua experiência em associar setor público e privado e organizações sem fins lucrativos vai ajudá-lo a mobilizar capital e a pressionar pelas reformas necessárias.

Ao ser questionado sobre a decisão do Banco Mundial de promover candidaturas de mulheres, uma autoridade americana declarou aos jornalistas que Banga tem uma convicção pessoal e uma excelente trajetória na promoção da diversidade.

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