A Terceira Plenária do Comitê Central do Partido Comunista da China, que ocorre a cada cinco anos e se volta para questões econômicas, terminou nesta quinta-feira (18) em Pequim com um comunicado em que os 364 líderes reunidos anunciam que vão "aprofundar as reformas", sem maior detalhamento.
O texto adianta que serão implementadas "várias medidas para neutralizar riscos em imóveis, dívidas de governos locais, pequenas e médias instituições financeiras e outras áreas-chave", que vinham sendo tratadas por economistas chineses em discussões anteriores à Terceira Plenária. No dia de abertura do encontro, foi divulgado o crescimento do PIB no trimestre, de 4,7%, abaixo do esperado.
Se for repetido o padrão de plenárias da última década, daqui a três ou quatro dias deve sair a "decisão", que é o documento mais importante do encontro, de acordo com Zichen Wang, pesquisador do think tank Centro para China e Globalização. Também está prevista uma entrevista coletiva na manhã desta sexta (19) para "interpretar o espírito da Terceira Plenária", com transmissão ao vivo.
Ao longo dos quatro dias da reunião, o líder Xi Jinping apresentou "explicações" que foram diluídas no comunicado, sem identificação --e que desta vez não devem ser publicadas separadamente, como antes. O trecho mais destacado do comunicado desta quinta, pela agência oficial Xinhua, sublinhou a busca de uma economia de alto padrão.
"Até 2035, teremos terminado de construir uma economia de mercado socialista de alto padrão em todos os aspectos e modernizado de maneira geral o nosso sistema e capacidade de governança", registra o texto, divulgado na íntegra também pela agência.
Não faltam alertas para dificuldades e desafios. Logo no início do extenso documento, são apontadas a "complexa situação internacional e doméstica" e a "nova rodada de revolução científico-tecnológica e transformação industrial", como contexto para as reformas a serem aprofundadas.
Em relação aos problemas internos, adianta que serão tomadas "medidas de monitoramento, prevenção e controle de desastres naturais, especialmente inundações", e de fortalecimento da "rede de prevenção e controle de riscos à segurança pública, de modo a salvaguardar a estabilidade social".
É dada atenção, pela primeira vez, à economia de baixo carbono. "Devemos melhorar os sistemas de conservação ecológica, fazer esforços para reduzir as emissões de carbono, reduzir a poluição e buscar o desenvolvimento verde", lista o documento, entre outros aspectos na pauta social para uma "China bonita". Compromete-se a "responder ativamente à mudança do clima".
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