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Evento em Porto Alegre apoia criação de Estado Palestino
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FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
No dia em que a Assembleia da ONU vota a mudança do status da Palestina para Estado observador, milhares de pessoas se reuniram em Porto Alegre em evento em defesa da criação do novo país e de críticas a Israel.
O "Fórum Social Mundial Palestina Livre" inclui dezenas de atividades, entre debates e palestras, e continua até sexta (30).
A abertura oficial ocorreu com uma marcha pelo centro de Porto Alegre com presença de políticos locais e militantes de partidos como PSOL, PSTU e PT.
Um dos presentes foi o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben. O representante da Autoridade Nacional, Nabil Shaath, um dos principais negociadores palestinos, disse que o reconhecimento na ONU deve ser um novo passo e que o fórum impõe "pressão" sobre governantes pela causa.
"O Brasil se solidariza tanto nas ruas quanto na parte oficial, nas Nações Unidas", afirmou à Folha.
Antes da marcha, houve discursos mais exaltados, como o de um militante brasileiro que defendeu o fim do Estado de Israel e um só país para árabes e judeus.
Acadêmicos da Europa e América do Norte e militantes da causa vindos do Oriente Médio também participam das atividades.
Termos como "apartheid", em referência ao regime de segregação vigente na África do Sul até 1994, e pedidos de sanções e boicotes a Israel foram comuns nos eventos.
Em um dos locais de atividades, foram entregues panfletos de uma instituição iraniana que se define como uma "agência de notícias" em defesa dos "ideais da Revolução Islâmica" e do pensamento do aiatolá Khomeini (1900-1989), fundador da República Islâmica do Irã.
ORGANIZAÇÃO
O encontro é organizado por sindicatos, principalmente a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que ajudou a bancar as despesas. O governo federal e o Estado também contribuíram.
A organização aproveitou a marca "Fórum Social", que surgiu em Porto Alegre em 2001 como reunião de partidos de esquerda e movimentos sociais.
Ao contrário do evento original, porém, não há participação nos atos de representantes dos governos federal, estadual e da prefeitura.
A comunidade judaica local questiona a realização do fórum e, no último domingo, realizou um ato em "defesa de Israel" no principal parque da capital gaúcha.
O governador Tarso Genro (PT), criticado pelo apoio ao encontro, promoveu um ato "inter-religioso pela paz" na última segunda-feira.
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