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Europeus poderiam seguir os EUA nas punições à Rússia
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DO "FINANCIAL TIMES"
A resposta de Moscou à Lei de Magnitsky, dos EUA, que proíbe a entrada no país de autoridades russas acusadas de violações dos direitos humanos, vem sendo agressiva, mesmo pelos padrões recentes da própria Rússia.
Na semana passada, o presidente Vladimir Putin sancionou lei que proíbe cidadãos dos EUA de adotar crianças russas. Na prática, ela condena milhares dos cidadãos russos mais vulneráveis a viver em orfanatos com frequência pavorosos, reféns das relações EUA-Rússia.
Fica claro que o Kremlin espera, em parte, persuadir outros países a não seguir o exemplo dos EUA. Os outros países não deveriam hesitar, pois a reação da Rússia também reflete como a medida americana a atingiu em cheio.
Além disso, o caso de Magnitsky exemplifica o aspecto mais sombrio do "putinismo". Autoridades tributárias usaram um fundo de investimentos, cujo proprietário tinha sido misteriosamente impedido de ingressar na Rússia, para roubar US$ 230 milhões do Estado.
Quando o fundo descobriu o que acontecera e apresentou provas, as autoridades não processaram os envolvidos. Em vez disso, detiveram o advogado que investigava o caso, Sergei Magnitsky, e o acusaram pela fraude. Na cadeia, Magnitsky não teve acesso a atendimento médico e foi espancado até morrer.
Mesmo agora que o caso vem atraindo condenação internacional, os russos se negam a ceder. Ao contrário, iniciaram processo póstumo contra Magnitsky por sonegação de impostos.
Para que a Lei de Magnitsky tenha impacto máximo, contudo, a Europa poderá seguir o exemplo dos EUA. Alguns Parlamentos já começaram a pressionar seus governos a adotar medidas equivalentes; é o caso de Reino Unido, Holanda e Suécia.
Se qualquer membro da zona Schengen proibisse a concessão de vistos de entrada, os funcionários suspeitos seriam ao menos impedidos de viajar a qualquer um de seus 25 países-membros. O mais eficaz seria proibir vistos de entrada e congelar bens em toda a União Europeia, como já foi feito com funcionários da ditadura de Belarus.
O Kremlin diz que a crise econômica da Europa representa um fracasso mais amplo dos seus sistemas de governança e valores. A UE deve desmentir asserções como essa e mostrar que ainda se dispõe a defender os valores sobre os quais foi erguida.
Tradução de CLARA ALLAIN
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