Publicidade
Publicidade
Ministro argentino é criticado por churrasco em antigo centro de tortura
Publicidade
DE SÃO PAULO
Organizações de defesa dos direitos humanos exigem a renúncia do ministro da Justiça argentino, Julio Alak, por ele ter promovido um churrasco de fim de ano na antiga Esma (Escola de Mecânica da Marinha), o mais célebre centro de detenção, tortura e execução de presos políticos do país durante a ditadura militar (1976-1983).
A denúncia do churrasco, ocorrido no último dia 27, no qual compareceram 2.000 pessoas, foi feita pela entidade Herman@s de Desaparecidos por Verdad y Justicia.
"É absolutamente irritante e horripilante o que fizeram na Esma. Chegaram a um ponto em que a falta de respeito é absoluta", afirmou a uma rádio local o presidente de uma associação de ex-presos políticos, Carlos Gregorio Lordkipanidse, segundo o jorna "Clarín".
"O que se festejou foi o fim de ano do Ministério da Justiça, houve obrigatoriedade de comparecimento, puseram microfones nos lugares de trabalho. Mandaram para a churrasqueira quilos de carne, o que, aos que conhecem este lugar, é de mau gosto", denunciou Lordkipanidse, que foi torturado na Esma e viu militares ameaçarem seu filho de 20 meses de idade.
AUSCHWITZ
Lordkipanidse, que pediu a renúncia imediata do ministro, acrescentou que "os detidos que chegavam mortos [à Esma] eram cremados em uma churrasqueira" e comparou o gesto de Alak a "fazer pães doces nos fornos de Auschwitz".
A Herman@s de Desaparecidos por Verdad y Justicia afirmou em comunicado que "este depreciável churrasco constitui um ultraje à memória" dos mais de 5 mil desaparecidos políticos que passaram pelo edifício durante a ditadura e "uma ignominiosa afronta aos familiares que continuam perguntando sobre o destino de seus entes queridos".
O ex-deputado Miguel Bonasso, antigo guerrilheiro e ex-aliado de Cristina Kirchner, também repudiou o ato afirmando que "Este governo está arrasando inclusive com algumas virtudes que o haviam originalmente lhe outorgado legitimidade, como a recuperação da memória histórica. Mas, claro, o que se pode fazer com tipos como Alak, capazes de abrir uma discoteca em Auschwitz".
Atualmente, no prédio da Esma, funciona o Centro Cultural de la Memoria Haroldo Conti, um museu sobre a ditadura militar.
+ Canais
- Conheça a página da Folha Mundo no Facebook
- Acompanhe a Folha Mundo no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
+ Leia mais
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice