Incêndios florestais no entorno de Atenas deixam ao menos 50 mortos

Autoridades apelam para que moradores deixem suas casas; ventos contribuem na propagação das chamas

Fumaça dos incêndios florestais sobre o Parthenon, em Atenas
Fumaça dos incêndios florestais sobre o Parthenon, em Atenas - Alkis Konstantinidis/Reuters
 
Kineta (Grécia), Mati (Grécia) e Atenas | Reuters

Pelo menos 50 pessoas morreram em dois grandes incêndios florestais que atingem os arredores de Atenas, na Grécia, desde segunda-feira (23). Mais de cem pessoas já foram hospitalizadas e ao menos 11 delas estão em situação grave. 

Os incêndios ocorrem próximos do vilarejo de Mati, a leste de Atenas, e Kineta, a oeste da capital grega. O fogo já destruiu filas de carros nas estradas, arrasou fazendas e forçou centenas de pessoas em direções às praias da região, onde elas foram resgatadas por barcos. 

O governo grego já pediu ajuda à União Europeia para lidar com o fogo. 

Após o anúncio inicial do governo de que haviam 24 mortos, a Cruz Vermelha informou que mais 26 corpos foram achados no entorno de Mati, região muito procurada por turistas. 

As autoridades gregas haviam feito um apelo para que moradores das regiões costeiras próximas da capital abandonassem suas casas diante do avanço descontrolado do incêndio florestal.

Bombeiros de todo o país foram despachados para lidar com o desastre em Kineta, um pequeno resort a 54 km de Atenas, em uma rota que dezenas de milhares de motoristas usam diariamente para chegar ao Peloponeso. 

Fortes ventos ajudaram a espalhar imensas paredes de chamas, que chegaram a atingir 6 km, segundo autoridades locais. A principal estrada entre Atenas e Corinto foi fechada e o serviço de trens foi interrompido. 

"O incêndio não cede", disse Stavros Fotiou, vice-prefeito da cidade de Megara. "Apelamos aos moradores para que se dirijam a Corinto para proteger a si mesmos e a seus filhos." 

"As pessoas devem fugir, fechar suas casas e simplesmente ir embora. Ninguém consegue aguentar essa quantidade de fumaça por tantas horas", afirmou Achilleas Tzouvaras, chefe da equipe de Bombeiros na TV estatal. "É uma situação extrema."

Alguns moradores usaram mangueiras para ajudar a apagar as chamas enquanto a polícia auxiliava a retirada da população em algumas áreas.

No golfo Sarônico, as chamas eram visíveis por quilômetros. Uma espessa nuvem de fumaça cobria a Acrópole e o templo do Partenon, em Atenas. 

Autoridades acreditam que o incêndio tenha começado em uma ravina nas montanhas de Kineta. 

"Temos muitos recursos para proteger as casas e, em primeiro lugar, as vidas", afirmou Yannis Kapakis, secretário-geral do Ministério da Proteção Civil.

Incêndios florestais são comuns na Grécia no verão, mas um inverno seco criou condições explosivas. Dezenas de pessoas morreram em um incêndio que durou vários dias no Peloponeso em 2007. 

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