Treze desaparecidos em caverna da Tailândia são encontrados vivos

Doze meninos e seu técnico estão presos no complexo há mais de uma semana

 
 
Mae Sai (Tailândia) | Associated Press, Reuters e AFP

O governador da província de Chiang Rai, no norte da Tailândia, afirmou nesta segunda-feira (2) que os 12  garotos e seu técnico de futebol que estavam desaparecidos há mais de uma semana em um complexo de cavernas foram encontrados "com sinais de vida". 

"Todos os 13 estão a salvo", afirmou o governador Narongsak Osatanakorn. 

No entanto, a retirada deles não ocorrerá imediatamente, afirmou.

"Levaremos a eles comida, embora não estejamos seguros de que possam se alimentar. Também levaremos um médico que saiba mergulhar", explicou.

Os mergulhadores aproveitaram um breve lapso de bom tempo nesta segunda para penetrar mais adiante na caverna, onde os níveis de água se reduzem lenta mas incessantemente graças ao bombeamento contínuo. 

As equipes esperam encontrar os desaparecidos em um trecho elevado conhecido como Pattaya Beach.  Mas o grupo havia se distanciado uns 400 metros adiante, já que o trecho havia se inundado, afirmou o governador. 

A notícia da descoberta do grupo se propagou com rapidez pelas redes sociais e trouxe alento aos pais dos meninos, alguns dos quais dormiam nas cercanias da caverna havia dias. 

"Estou tão feliz. Quero vê-lo em bom estado físico e mental", disse Thinnakorn Boonpiem, pai de um dos meninos. ​

 
 

O próximo desafio será retirá-los do complexo de cavernas, que alguns resgatistas chamaram de "labirinto".

Não está claro ainda, também, se algum deles está ferido ou precisando de atendimento médico.

Nesta segunda, mergulhadores passaram boa parte do dia fazendo preparativos para um avanço final na caverna.

Os mergulhadores fixaram uma corda e posicionaram tanques de oxigênio ao longo de uma passagem estreita que levaria aos meninos, com idades de 11 a 16 anos, e a seu técnico de futebol, de 25, desaparecidos desde o dia 23 de junho, quando entraram no complexo de cavernas de Tham Luang Nang Non e ela foi inundada pouco depois.

Mergulhadores de elite tailandeses e socorristas de outros países avançaram pela passagem estreita pela manhã, depois de passarem por uma caverna importante no domingo onde a água barrenta que chegava a um alto nível havia bloqueado seu avanço anteriormente.

A passagem dos mergulhadores foi dificultada em vários momentos pelas águas cada vez mais altas que encheram seções do complexo de cavernas e os obrigou a recuar por motivos de segurança. Quando o nível da água baixou, no domingo, eles avançaram mais metodicamente, estendendo uma linha de cordas e tanques de oxigênio adicionais ao longo do caminho.

A página do Facebook das forças especiais tailandesas anunciou que na noite de domingo (1º) os mergulhadores chegaram a uma curva onde o corredor de um quilômetro de comprimento bifurca. Os mergulhadores estavam indo em direção a uma caverna de chão arenoso no nível mais alto do complexo.

 

Na segunda-feira, eles voltaram a aplicar o método de segurança em primeiro lugar para avançar pelo corredor.

O governador explicou que as linhas de cordas e os tanques de oxigênio colocados em diversos pontos do caminho permitiriam que os mergulhadores avançassem.

O clima de expectativa havia crescido desde o domingo, mas as autoridades evitaram fazer previsões quanto ao cronograma da operação de resgate. 

“Teoricamente falando, as pessoas podem sobreviver 30 dias [sem alimentação], disse Narongsak aos jornalistas. “Acreditamos e esperamos que seja o caso. Ainda temos esperança.”

Ele disse que, em vista da condição em que os garotos provavelmente estarão, eles não conseguirão mexer braços e pernas em um primeiro momento, mas que as equipes médicas lhes darão tratamento no local. As equipes de mergulhadores incluem médicos que já estiveram dentro da caverna.

Além dos mergulhadores, as equipes de resgate vinham trabalhando para bombear água para fora da caverna. Outros esforços incluíram a busca de aberturas na montanha que possam servir como “acesso pelos fundos” às áreas bloqueadas onde os garotos talvez pudessem estar.

Especialistas de todo o mundo em resgates em cavernas continuam a se reunir no local. Uma equipe oficial australiana seguiu uma equipe militar americana, espeleólogos britânicos, socorristas chineses e vários outros grupos de voluntários de diversos países.

“As condições são difíceis e há muita preocupação com a segurança, na medida em que o ambiente externo está contribuindo para o ambiente interno”, disse a capitão da Força Aérea americana Jessica Tait, parte de uma equipe de 30 militares americanos que estão ajudando na operação de resgate.

Tradução: Clara Allain

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