Embaixador árabe diz que país estuda clemência para britânico condenado por espionagem

Pedido foi feita pelo família de Mathew Hedges, que criticou tribunal saudita

Londres

O embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Londres, Sulaiman Hamid Almazroui, disse nesta sexta-feira que o governo árabe estuda a concessão de perdão por clemência ao acadêmico britânico condenado nesta quarta-feira (21) à prisão perpétua por espionagem.

A família do aluno de doutorado Matthew Hedges, 31, foi quem apresentou o pedido por clemência.

Almazroui disse que o caso de espionagem contra Hedges é extremamente grave e que o britânico foi condenado com base em evidência convincente. “Os crimes dos quais o sr. Hedges foi acusado são de grave seriedade. Para os Emirados Árabes, assim como para todos os países, proteger nossa segurança nacional é prioridade.”

Foto divulgada pela família mostra Matthew Hedges em sua casa em Exeter - AFP

A mulher de Hedges, Daniela Tejada, criticou a condenação. Segundo ela, o advogado de Hedges não estava presente na corte, que levou cinco minutos para dar o veredito.

O embaixador negou a acusação e disse que o acadêmico tinha, sim, representação legal durante o processo.

O diplomata se encontrou com representantes britânicos para discutir o caso. Ele disse ser possível obter um perdão no caso e que o episódio não vai afetar a relação entre os dois países.

A condenação pegou o governo britânico de surpresa. O o ministro de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, disse ter discutido o caso com o príncipe herdeiro Mohammed bin Zayed, durante uma visita ao país na semana passada, e que a condenação vai contra as garantias que recebeu.

Estudante da Escola de Governo e Assuntos Internacionais da Universidade de Durham, Hedges está detido nos Emirados Árabes desde 5 de maio, quando foi preso no Aeroporto Internacional de Dubai após passar duas semanas no país realizando uma pesquisa acadêmica. Ele passou cinco meses na solitária até ser liberado sob fiança para aguardar o julgamento.

O veredito foi anunciado com base no testemunho de um árabe que denunciou Hedges por fazer perguntas sobre temas confidenciais.

Associated Press e Reuters

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