A Escócia aprovou a obrigatoriedade do ensino nas escolas públicas de temas sobre pessoas LGBT+, em uma tentativa de combater a homofobia e a discriminação. O país britânico é o primeiro do mundo a tornar compulsória este tipo de matéria na educação básica.
O governo escocês informou nesta quinta-feira (8) que as escolas adotem um currículo inclusivo para pessoas LGBT+, incluindo o enfrentamento à homofobia, a bifobia e a transfobia e o ensino da história dos movimentos LGBT+.
O vice-primeiro-ministro, John Swinney, disse que “era vital que o currículo seja tão diverso quanto os jovens que aprendem em nossas escolas”. Ativistas consideraram iniciativa uma mensagem clara e forte de que os alunos LGBT+ são valorizados na Escócia.
“Isso é uma vitória monumental para nossa campanha e um momento histórico”, afirmou Jordan Daly, da ONG Campanha Hora para a Educação Inclusiva, que fez lobby para aprovar a lei.
Mais de 40% dos estudantes LGBT+ escoceses dizem que as escolas não lhes ensinaram temas sobre sexualidade, segundo uma pesquisa feita em 2017 pela Stonewall, ONG britânica pelos direitos LGBT+. O mesmo estudo revelou que apenas 22% dos estudantes receberam informações sobre sexo seguro entre pessoas do mesmo sexo.
“Conforme essas novas propostas, os professores vão ter acesso aos recursos e aos treinamentos que precisam para criar ambientes de ensino mais inclusivos e dar melhor apoio aos estudantes LGBT”, disse Colin Macfarlane, da filial escocesa da Stonewall.
“Os jovens LGBTs tendem a se sentir mais acolhidos, seguros e aceitos em escolas que debatem o tema.”
A Escócia só descriminalizou a homossexualidade em 1980, 13 anos depois da Inglaterra e do País de Gales. Apesar disso, é citado como o país mais tolerante e amigável para os gays na Europa em 2016, segundo o Índice Arco-Íris da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (ILGA, na sigla em inglês).
O anúncio do governo escocês vem após ativistas criticarem a reforma curricular de educação sexual nas escolas da Inglaterra por não atender às necessidades dos estudantes LGBT+. As escolas escocesas funcionam com um currículo próprio.
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