No décimo final de semana consecutivo de protestos, cerca de 84 mil manifestantes do movimento "coletes amarelos" saíram às ruas da França para protestar contra o governo de Emmanuel Macron neste sábado (19).
A passeata dos manifestantes por Paris, onde se estimou a participação de 7.000 pessoas, foi relativamente pacífica, apesar de conflitos no distrito de Invalides entre a polícia e um grupo de mascarados —estes jogaram bombinhas, garrafas e pedras nos oficiais, que responderam com canhões de água e gás lacrimogêneo.
Os "coletes amarelos" começaram a protestar em novembro contra planos do governo de aumentar o imposto sobre combustível. O número de participantes da manifestação deste sábado foi parecido com o da semana anterior.
A taxa prevista sobre os combustíveis foi revogada, mas mesmo assim os protestos continuaram, transformando-se em um movimento mais amplo contra Macron e o custo de vida na França.
"Como podemos continuar a viver com tão pouco?", perguntou Bernard Grigna, aposentado de 65 anos que participou dos protestos de Paris. Lá, alguns manifestantes carregaram caixões falsos que simbolizavam as dez pessoas que morreram durante os protestos, principalmente em acidentes de carros —o bloqueio de vias é uma prática corrente do movimento.
Os protestos de dezembro trouxeram algumas das cenas mais violentas das últimas décadas em Paris, com queima de carros e vandalismo em lojas. Neste mês de janeiro, o nível de conflito diminuiu, mesmo que um vídeo de um campeão de boxe batendo em policiais em Paris tenha chocado.
Segundo números oficiais, o maior protesto deste sábado foi na cidade de Toulouse, no sul da França, onde participaram mais de 10 mil pessoas. A manifestação ganhou contornos violentos no começo da noite, com vandalismo de bancos e outros estabelecimentos. Oito pessoas se machucaram e 23 foram detidas.
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