O ditador Nicolás Maduro anunciou nesta sexta (5) que as Forças Armadas venezuelanas farão, no próximo dia 24, exercícios militares na fronteira para "colocar à prova" planos de defensa nacional em meio a "pedidos de intervenção e guerra".
"Vamos fazer exercícios militares para a defesa do mar do Caribe, das costas venezuelanas e da fronteira", disse o mandatário durante o tradicional desfile militar em Caracas para comemorar a proclamação da independência do país.
Maduro afirmou que a atividade busca "manter azeitados" os equipamentos das Forças Armadas e voltou a citar "denúncias de planos desestabilizadores".
O ditador acusa Washington, que não descarta uma saída militar frente à crise venezuelana, de tentar tirá-lo do poder.
"Já basta de conspirações (...), de planos para desestabilizar e causar danos à Venezuela (...), de pedidos de intervenção militar e guerra", exclamou Maduro, rodeado pela alta cúpula do Exército, considerado sua principal base de sustentação.
Horas antes, o chefe de operações das Forças Armadas, almirante Remigio Ceballos, denunciou um "assédio constante de exploração" e "inteligência eletrônica" dos Estados Unidos próximo à fronteira e em zonas aéreas e marítimas sob jurisdição da Venezuela.
Em 2019, segundo Ceballos, foram detectadas "mais de 70 incursões à área de controle de voos, constantemente explorando as telecomunicações" na fronteira.
Houve presença de "veículos aéreos e navais" na zona econômica exclusiva do país petroleiro, acrescentou uma funcionária da Assembleia Constituinte, órgão controlado pelo regime.
Nos últimos meses, o governo Trump anunciou uma série de sanções contra funcionários, ex-funcionários e entidades venezuelanas, incluindo um embargo petroleiro a partir de abril.
Os Estados Unidos são os principais aliados do líder Juan Guaidó, chefe da Assembleia Nacional, de maioria opositora, e reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países. Ele afirma que quer tirar Maduro do poder para instalar um governo de transição e convocar novas eleições.
Além da crise política, provocada por eleições contestadas pela oposição e denúncias de violações de direitos humanos, o país sul-americano também passa por graves problemas econômicos, que têm privado as pessoas de comida e acesso à saúde.
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