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Brasil vai isentar chineses de visto para entrar no país

A princípio, não haverá reciprocidade na medida, que libera acesso de 1,4 bilhão de pessoas ao país

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Pequim

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira (24) que vai isentar os chineses de visto para entrar no Brasil para turismo ou negócios.

A princípio, não haverá reciprocidade. A medida já foi anunciada para Estados Unidos, Austrália, Japão e Canadá. O próximo país deve ser a Índia.

Segundo o chanceler Ernesto Araújo ainda não há prazo para o início da aplicação da medida, porque deve haver forte demanda. A China possui uma população de cerca de 1,39 bilhão de pessoas.

Bolsonaro em reunião com empresário chineses
Bolsonaro em reunião com representantes de companhias chinesas de setores como varejo, aviação, infraestrutura, agrícola e entretenimento - Raquel Landim/Folhapress

Hoje os chineses que querem viajar ao país precisam recorrer aos três consulados que o Brasil tem na China, localizados em Pequim, Xangai e Cantão.

A medida foi anunciada primeiramente a “pesos pesados” da indústria da China. Bolsonaro se reuniu em Pequim com 19 presidentes de grandes companhias chinesas de setores como varejo, aviação, infraestrutura, agrícola e entretenimento.

Entre eles, estavam Wang MingQiang, CEO do Alibaba, Feng Yong Fang, presidente do Grupo de Investimentos CRCC (infraestrutura), e Yu Songho, presidente do HeRun Group, um dos maiores importadores de soja do país.

O encontro foi organizado pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, que convidou companhias com as quais a entidade mantém relações.

Bolsonaro também aproveitou a oportunidade para frisar aos chineses que o Brasil agora está “solvente” após a aprovação da reforma da Previdência, o que dará previsibilidade aos seus negócios.

A reunião foi bastante protocolar e durou cerca de meia hora. Os empresários chineses apresentaram seus negócios e falaram sobre seu desejo de investir no Brasil.

A abertura de Bolsonaro ao investimento chinês representa uma importante mudança de postura em relação ao discurso adotado na campanha eleitoral. Na época, o então candidato chegou a afirmar que “a China não estava comprando no Brasil, mas comprando o Brasil”.

 

A direita brasileira, capitaneada por Olavo de Carvalho —conhecido como o “guru” de Bolsonaro—, não vê com bons olhos a aproximação entre Brasil e China.

Em janeiro deste ano, uma comitiva de deputados visitou a China para conhecer os sistemas de segurança por reconhecimento facial do país e foi duramente criticada pelo escritor que chamou os congressistas de “caipiras” e “semianalfabetos”.

Apesar da resistência de parte de seus eleitores, Bolsonaro tem adotado um tom pragmático e levado aos chineses a mensagem de que o Brasil está aberto a negócios.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil. De janeiro a setembro, o intercâmbio comercial entre os dois países somou US$ 72,8 bilhões. Em 2018, foram US$ 98,8 bilhões —​um recorde.


Quem não precisa de visto para o Brasil?

Nacionais de mais de cem países podem entrar no território brasileiro sem visto.

Escandinavos, europeus e latino-americanos de forma geral podem permanecer no país por até 90 dias usando apenas passaporte.

Países dispensados de visto por Bolsonaro
Austrália
Canadá
Estados Unidos
Japão

Países que devem receber a isenção
China
Índia

Nacionais de países membros e associados do Mercosul podem entrar no Brasil usando apenas documento de identidade.

A Venezuela está suspensa do bloco, mas venezuelanos também podem entrar no Brasil usando documento de identidade

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