Reino Unido vai investir R$ 13 bi para incentivar ciclismo e caminhadas

Objetivo é criar alternativas ao transporte público, para evitar contágio por coronavírus sem aumentar poluição

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Bruxelas

O governo britânico anunciou neste sábado (9) um plano bilionário para “criar uma nova era de ciclismo e caminhada”. O investimento será de 2 bilhões de libras (cerca de R$ 13 bilhões), o equivalente ao orçamento para este ano da cidade de Belo Horizonte.

No curto prazo, a meta é criar alternativas para o transporte público, que precisará ter lotação reduzida para evitar contágio pelo coronavírus.

Ciclistas vestem máscaras em Londres durante a pandemia do novo coronavírus
Ciclistas vestem máscaras em Londres durante a pandemia do novo coronavírus - Tolga Akmen - 25.mar.20/AFP

Nas últimas semanas, cidades como Milão, Paris e Madri anunciaram projetos semelhantes, para tentar mudar a estrutura de transporte e evitar que passageiros virem motoristas.

O plano britânico prevê a separação de faixas protegidas nas ruas para ciclovias que estão sendo chamadas de “pop-up”, alargamento de calçadas, reprogramação dos sinais nos cruzamentos e corredores exclusivos para bicicletas e ônibus.

As obras dessa primeira fase serão feitas “em semanas”, segundo o governo, com um orçamento inicial de 250 milhões de libras (R$ 1,6 bilhão).

Outros 3 bilhões de libras devem ser investidos para aumentar a frequência do transporte público, mas o governo afirmou que quer incentivar “alternativas mais saudáveis”, como as bicicletas ou a caminhada.

No anúncio, o secretário de Transportes (equivalente a ministro), Grant Shapps, afirmou que esse é o maior investimento em transporte sustentável já feito.

O programa cita especialmente a região da Grande Manchester, que tem um plano de ciclovias e calçadas integradas, e o departamento de Transporte de Londres, que pretende fazer um sistema de ciclovias acompanhando, na superfície, as linhas de metrô da cidade. O projeto foi apelidado de “bike Tube” (tube é como os londrinos chamam o metrô).

antes e depois - exemplo de intervenção rápida para facilitar o tráfego de bicicletas e pedestres após a pandemia de coronavírus, como parte do plano de mobilidade de Milão - Reprodução

Moradores que queiram reformar suas bicicletas receberão vales do governo, e o plano é aumentar o número de oficinas e serviços de reparo. Também serão destinados mais recursos para o programa Cycle to Work, que dá desconto a trabalhadores na compra de bicicletas novas.

“Sabemos que carros continuarão sendo vitais para muitos, mas, quando olhamos para o futuro, queremos construir um país melhor, com transporte sustentável, ar mais limpo e comunidades mais saudáveis”, diz o plano anunciado no sábado.

Um fundo já existente para instalar pontos de recarga para carros elétricos será dobrado, para 20 milhões de libras (R$ 130 milhões), com 7.200 novos locais, e leis devem ser propostas para permitir o uso de scooters elétricas em rodovias de regiões metropolitanas.

Shapps disse que esta é “uma chance única numa geração” para reformular os transportes e reduzir a poluição.

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