Descrição de chapéu Coronavírus

Variantes fazem Europa criar zona vermelho-escura e restringir viagens

Passageiros de fora da União Europeia e zona Schengen deverão mostrar teste antes de embarcar

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Bruxelas

“A situação de saúde na União Europeia é muito séria” e exige “extrema vigilância”, afirmou no noite desta quinta (21) a presidente da Comissão Europeia (Executivo da UE), Ursula von der Leyen.

Devido à ameaça de novas variantes mais contagiosas, o bloco criou uma nova classificação de segurança, a “zona vermelho-escura”, para indicar locais em que há alta circulação de vírus. No Reino Unido, por exemplo, onde uma dessas variantes foi detectada no final do ano passado, ela já se tornou predominante e vem sendo apontada como uma das causas para um aumento persistente das infecções.

A Comissão não detalhou os parâmetros para que uma área seja classificada como vermelho-escura.

Atualmente, o ECDC (centro da UE para controle de doenças) aplica o rótulo vermelho aos países com mais de 150 novos casos semanais por 100 mil habitantes ou para os que têm mais de 50 novos casos por semana com taxa de testes positivos acima de 4%. No mapa publicado nesta quinta, praticamente todos os países do bloco, com exceção de Grécia e Finlândia, estavam nessa categoria.

As fronteiras internas e externas do bloco continuarão abertas, mas viagens não essenciais serão fortemente desaconselhadas. Passageiros de países de fora da União Europeia ou da zona Schengen precisarão fazer testes para comprovar que não estão infectados antes de embarcar, e viajantes das zonas vermelho-escuras precisarão fazer testes e quarentena.

Rosto de mulher loira de cabelos curtos com bandeira azul e estrelas douradas ao fundo
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em entrevista sobre novas medidas para conter variantes de coronavírus - Olivier Hoslet/via AFP

A presidente da Comissão afirmou, porém, que a UE ainda está despreparada para rastrear as novas variantes: apenas 2 dos 27 membros conseguem sequenciar cerca de 10% dos testes positivos, segundo ela. Na média, o bloco sequencia apenas 1% dos casos, o que é insuficiente para detectar as mutações. Von der Leyen disse que haverá investimento para elevar essa média para ao menos 5%.

As medidas foram decididas em videoconferência do Conselho Europeu, que reúne os presidentes ou primeiros-ministros dos 27 países da UE. Outro tema discutido foi o da vacinação, que tem sofrido atrasos em vários países do bloco. Segundo o presidente do Conselho, Charles Michel, os países concordaram que certificados de vacinação não devem, por enquanto, ser usados para facilitar viagens.

“É importante constatar que as pessoas foram vacinadas, até por propósitos de saúde, mas é cedo para usá-los para estimular movimentação”, disse Von der Leyen.

A Holanda anunciou que, a partir deste sábado (23), proibirá voos de Reino Unido, África do Sul e América do Sul e estabeleceu dois testes obrigatórios: um PCR 72 horas antes do embarque e um do tipo rápido, na chegada. A pressão para a adoção de medidas mais fortes vem crescendo em vários países europeus.

Na Alemanha, cientistas pediram que o governo imponha confinamentos mais restritos. De acordo com um dos líderes do grupo, o diretor do European Bioinformatics Institute, Rolf Apweiler, a variante B117 (encontrada no Reino Unido) causa de 6 a 8 vezes mais infecções por mês que as versões anteriores.

Na terça, a Alemanha ampliou até 14 de fevereiro o confinamento que terminaria em 31 de janeiro, incluindo o fechamento de escolas, e a Bavária tornou obrigatório o uso de máscara cirúrgica (com fator de proteção maior) dentro de lojas ou no transporte público, medida que deve ser seguida por outros estados alemães.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior deste texto incluiu indevidamente a Suécia entre os países da União Europeia que não apareciam na fase vermelha no mapa do ECDC

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