Vacina derruba hospitalização na Escócia 4 semanas após 1ª dose, mostra pesquisa

Feito por 5 universidades em consórcio com o sistema de saúde, estudo é o 1º a relatar efeito da vacinação em um país inteiro

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Bruxelas

Resultados de um estudo nacional na Escócia mostraram que, quatro semanas após a primeira dose das vacinas da Pfizer ou da AstraZeneca contra o coronavírus, o risco de hospitalização caiu 85% e 94%, respectivamente. “Parece haver diferença entre grupos etários, mas a redução nas hospitalizações para os mais idosos ainda é impressionante”, disse Arne Akbar, presidente da Sociedade Britânica de Imunologia.

O Reino Unido foi pioneiro em aprovar vacinas e botar em marcha um programa amplo de vacinação, que já deu ao menos a primeira dose aos grupos mais suscetíveis. A previsão é que todos os adultos estejam vacinados até o final de julho.

Os britânicos também enfrentam confinamento rigoroso, que reduziu os casos graves de Covid-19 e permite pensar em alguma abertura. As viagens internacionais para a Inglaterra, porém, não devem voltar ao normal antes de 17 de maio, disse nesta segunda (22) o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.

Boris com os cabelos loiros bem desgrenhados e uma máscara preta, de perfil
Boris Johnson deixa a sede do governo em direção ao Parlamento, onde falou sobre planos para relaxar o confinamento - Ben Stansall/AFP

A pesquisa, feita por pesquisadores de cinco universidades em consórcio com o sistema de saúde escocês, é a primeira a relatar o efeito da vacinação em um país inteiro, e compara as taxas de hospitalização entre aqueles que receberam e não receberam a primeira dose da vacina.

Os dados foram coletados de 8 de dezembro a 15 de fevereiro deste ano, período no qual 21% dos 5,4 milhões de escoceses receberam a primeira dose —1,14 milhão de injeções foram administradas, 650 mil da Pfizer e 490 mil de Oxford/AstraZeneca.

“Os resultados são importantes porque passamos de expectativa para evidência firme do benefício das vacinas”, afirmou Jim McMenamin, diretor nacional de incidentes de Covid-19 na Escócia.

De acordo com Aziz Sheikh, diretor do Instituto Usher da Universidade de Edimburgo (uma das participantes do estudo), “as vacinas estão proporcionando uma redução muito substancial nas transmissões hospitalares do sétimo dia em diante”.

Segundo a equipe responsável, são aplicáveis ​​a outros países que estão usando as vacinas Pfizer e Oxford/AstraZeneca. Os resultados são preliminares, porém, e devem ser interpretados com cautela, ressalvou Adam Finn, professor da Universidade de Bristol, que, ainda assim, considerou o estudo "encorajador".

“Mas não devemos ser complacentes. Ainda é preciso garantir a interrupção do contágio do vírus”, disse Josie Murray, consultora de saúde pública do governo escocês. Dados do governo mostram que os contatos entre pessoas continuaram caindo no final de janeiro, de 3,1 pessoas, em média, para 2,9. O estudo não avaliou o efeito da vacinação na transmissão do vírus.

MAPA DO RETORNO NA INGLATERRA

Na Inglaterra, o governo divulgou que houve queda de cerca de 70% nas infecções entre profissionais de saúde que receberam a primeira dose da vacina Pfizer/BioNTech.

A redução da pressão nos sistemas de saúde levou Boris Johnson a anunciar nesta segunda um plano de relaxamento do confinamento imposto na Inglaterra (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte tomam suas próprias decisões). As etapas virão em intervalos de cinco semanas, para permitir a análise de dados do impacto de cada uma.

Escolas serão reabertas em 8 de março, quando será possível duas pessoas de famílias diferentes voltarem a se encontrar. A partir de 29 de março, será possível se encontrar com familiares em parques e praticar esportes ao ar livre.

Cabeleireiros e lojas não essenciais e lugares que servem refeições ao ar livre reabrem a partir de 12 de abril. Restaurantes e pubs poderão atender em ambientes fechados a partir de 17 de maio. Até seis pessoas de duas famílias poderão se encontrar dentro de casa.

Viagens internacionais não essenciais continuam proibidas até 17 de maio, pelo menos. O governo espera que todas as restrições a contatos sociais estejam encerradas em 21 de junho, data em que casas noturnas poderão reabrir.

No momento, passageiros que precisem viajar para o Reino Unido saindo do Brasil e de outros 32 países precisam fazer quarentena vigiada em hotéis durante dez dias, nos quais serão submetidos a dois testes. O custo, de ao menos 1.750 libras (pouco mais de R$ 13 mil), é pago pelo viajante.

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