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Venezuela anuncia 'quarentena radical' de 14 dias para frear variante brasileira do coronavírus

Maduro diz que variante brasileira do vírus tem sido 'fator fundamental' no aumento de casos confirmados no país

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Caracas | AFP

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou neste domingo (21) um confinamento de 14 dias para frear uma onda de contágio provocada pela variante brasileira do coronavírus. As restrições entram em vigor nesta segunda-feira (22) e se estendem até o fim da Semana Santa.

“A Semana Santa neste ano será novamente em quarentena radical”, afirmou Maduro em pronunciamento transmitido pela TV estatal. “Teremos 14 dias, duas semanas de quarentena radical [...], com máxima vigilância do Estado e das instituições, e vamos fazê-lo pela saúde da família e do nosso povo”.

Equipe médica de Unidade de Tratamento Intensivo para pacientes com Covid em hospital de Caracas
Equipe médica de Unidade de Tratamento Intensivo para pacientes com Covid em hospital de Caracas - Federico Parra - 19.mar.21/AFP

O líder venezuelano disse que a variante brasileira do vírus tem sido um “fator fundamental” no aumento dos casos confirmados no país —estudos preliminares indicam que a chamada variante P.1, identificada pela primeira vez no Amazonas, é mais transmissível que o Sars-CoV-2 original, identificado na China.

Além disso, Maduro indicou ter havido um relaxamento do cumprimento de medidas de distanciamento social por parte da população venezuelana, citando como exemplo uma festa em um hotel em Caracas em que mais de 200 pessoas se aglomeraram até que houvesse intervenção da polícia.

Segundo o chavista, a Venezuela já registra um aumento da ocupação dos leitos hospitalares e, para evitar o colapso, é preciso “minimizar a mobilidade desnecessária da população, evitar concentrações de pessoas em espaços públicos e diminuir atividades bancárias e comerciais não essenciais”.

Na sexta (19), a número 2 do regime, Delcy Rodríguez, já havia alertado que a Venezuela enfrenta uma segunda onda “muito mais contagiosa do que a registrada em agosto e setembro de 2020” e que o aumento dos casos é reflexo da variante brasileira, registrada pela primeira vez no país no início do mês.

As autoridades de saúde venezuelanas contavam neste sábado (20) 105.306 casos de Covid-19 e 1.483 mortes causadas pela doença desde o início da pandemia. As cifras, no entanto, são questionadas pela oposição e por organizações de direitos humanos. A Venezuela tem 30 milhões de habitantes.

O país iniciou em fevereiro sua campanha de vacinação contra a Covid-19, inicialmente com a vacina russa Sputnik V e, posteriormente, com o imunizante do laboratório chinês Sinopharm.

A oposição, liderada pelo autodeclarado presidente Juan Guaidó, também obteve US$ 30 milhões (R$ 165 milhões) para importar vacinas por meio do consórcio internacional Covax.

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