Uruguai prende segurança de presidente por esquema de passaportes para russos

Auxiliar de Lacalle Pou é acusado de ajudar fuga de opositores da Guerra da Ucrânia

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Montevidéu | Reuters

A polícia do Uruguai prendeu, nesta segunda-feira (26), o chefe da segurança pessoal do presidente do país, Luis Lacalle Pou, por supostamente participar de um esquema para ajudar centenas de russos a obter passaportes uruguaios de forma ilegal.

Alejandro Astesiano estaria auxiliando esses russos a se passarem por filhos de uruguaios —o que, de acordo com as leis de cidadania, facilitaria a obtenção de passaportes e outros documentos de identidade. É incerto o número exato de pessoas que contrataram o esquema, mas a acusação fala em centenas.

Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, em entrevista em Montevidéu
Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, em entrevista em Montevidéu - Presidência do Uruguai -13.jul.22/AFP

Segundo fontes policiais citadas pela mídia local, o segurança teria usado sua rede de influência para agilizar a impressão das documentações necessárias. Antes da prisão, Astesiano estava em uma viagem com Lacalle Pou e seus filhos.

"Estou tão surpreso quanto todos vocês", disse o presidente a jornalistas em uma entrevista convocada de imediato após a prisão. "Estou com nojo." Ele prometeu que seu governo não interferirá nas investigações.

Antes da entrevista, o jornal uruguaio El Observador informou que Astesiano, antes mesmo de ser contratado como segurança de Lacalle Pou, era alvo de 20 investigações, incluindo crimes como fraude, apropriação indébita e roubo. O presidente uruguaio nega essas acusações.

Desde a invasão da Ucrânia, milhares de russos deixaram o país temendo retaliações a críticas feitas ao Kremlin ou fugindo das consequências das sanções do Ocidente. Na grande maioria dos casos, os dissidentes compõem a classe média urbana da Rússia.

Ainda nesta segunda, o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Francisco Bustillo, pediu na Assembleia-Geral da ONU que a Rússia retire suas tropas da Ucrânia o mais rápido possível.

"A invasão militar da Ucrânia por parte da Rússia é injustificada", disse, acrescentando que a guerra desestabiliza o mercado internacional e afeta as populações de países menos desenvolvidos.

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