O prefeito de Kiev, o ex-boxeador profissional Vitali Klitschko, trocou farpas neste domingo (27) com o presidente da Ucrânia e seus aliados sobre como ajudar os moradores da cidade a resistirem aos cortes de energia, cada vez mais frequentes.
Klitschko disse que 430 "centros de aquecimento" estão ajudando os moradores a lidar com os efeitos dos ataques russos às usinas de energia e mais de cem foram planejados em caso de condições extremas. O presidente Volodimir Zelenski afirmou na semana passada que houve muitas reclamações sobre as medidas adotadas na capital.
"Não quero me envolver em batalhas políticas, principalmente na situação atual", disse Klitschko em um vídeo postado no Telegram. "Isso não faz sentido. Tenho coisas para fazer na cidade."
Klitschko, que esteve envolvido em várias disputas com Zelenski antes da invasão, afirmou que os aliados do presidente se envolveram em "manipulações" sobre os esforços da cidade, incluindo uma série de "fotos incompreensíveis" postadas online.
"Para dizer o mínimo, isso não é bom. Nem para os ucranianos nem para nossos parceiros estrangeiros", disse Klitschko. "Hoje, como nunca antes, todos devem se unir e trabalhar juntos. E aqui temos uma espécie de jogo político."
Mas um dos principais aliados de Zelenski desferiu um novo golpe, afirmando que as explicações de Klitschko diferem consideravelmente do que os moradores relataram. David Arakhamia, chefe do partido governista Servo do Povo no Parlamento, deu ao prefeito uma semana para corrigir os problemas e se submeter às inspeções dos centros de ajuda.
Zelenski promoveu na semana passada esforços de milhares de "centros de invencibilidade" criados em toda a Ucrânia para fornecer calor, água, internet e ligações de telefonia móvel. Em seu discurso noturno em vídeo na sexta-feira (25), ele disse que o prefeito da capital não fez o suficiente para ajudar os moradores sitiados.
"Para dizer o mínimo, é necessário mais trabalho", afirmou.
Zelenski foi eleito por uma maioria esmagadora em 2019, cinco anos após Klitschko assumir o cargo. Antes da guerra, os dois líderes haviam entrado em conflito sobre a forma como a capital e seus serviços estavam sendo administrados.
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