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Explosão em mina na Colômbia não deixa nenhum sobrevivente

Óbitos sobem a 21 após dez trabalhadores que haviam sido soterrados serem encontrados sem vida

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Bogotá | AFP

O governo da Colômbia confirmou nesta quinta-feira (16) que todos os 21 mineiros que trabalhavam no túnel da mina de carvão que explodiu em Sutatausa dois dias antes morreram.

A cifra torna a tragédia uma das piores da história recente do país, que registrou mais de 1.200 incidentes do tipo entre 2011 e 2022.

Mulher chora enquanto socorristas continuam buscando trabalhadores soterrados após explosão em mina de carvão em Sutatausa, na Colômbia - Luisa Gonzalez - 15.mar.23/Reuters

A confirmação das mortes foi feita pelo próprio presidente da Colômbia, Gustavo Petro, no Twitter. Também na rede social, o governador do departamento de Cundinamarca, Nicolás García, informou que as buscas foram encerradas. "Infelizmente, não há mais ninguém com vida", escreveu.

A explosão ocorreu na noite de terça-feira (14), na área rural de Sutatausa, a cerca de 75 quilômetros ao norte de Bogotá. Naquele momento, foi confirmada a morte de 11 pessoas, número que cresceu nas horas seguintes.

Dezenas de socorristas foram mobilizados. As equipes não conseguiram chegar ao local em que os mineiros presos estavam, no entanto, uma vez que deslizamentos de terra haviam bloqueado as passagens das galerias.

Suspeita-se que a explosão tenha sido causada por contato do gás metano concentrado no túnel com uma faísca gerada pelo atrito de uma picareta. Autoridades agora investigam se a mina, que contava com autorização de funcionamento, tinha ventilação adequada.

Sutatausa e municípios próximos têm uma longa tradição de mineração. Seus habitantes muitas vezes optam pela atividade pelo fato de oferecer remuneração mais alta do que o salário mínimo, de pouco mais de US$ 200 (cerca de R$ 1.060). Dados do Ministério de Minas e Energia indicam que pelo menos 130 mil pessoas trabalham no setor no país.

Explosões desse tipo são comuns no território, tanto nas minas de carvão e ouro a céu aberto quanto nas subterrâneas. Muitas delas operam de forma ilegal ou informal, sem medidas de segurança adequadas.

O mais grave exemplo recente ocorreu em junho de 2010, quando 73 pessoas morreram após uma explosão numa mina de carvão em Amagá, no departamento de Antioquia, no noroeste do país.

Ao anunciar as mortes, Gustavo Petro ainda chamou a atenção para uma das bandeiras de seu governo, a luta contra a indústria de combustíveis fósseis, altamente poluentes. A implementação de seus planos nesse sentido implicariam uma grande transformação na Colômbia tendo em vista que os principais produtos de exportação do país da América do Sul são justamente minerais e petróleo.

"Cada trabalhador morto não é só uma falha empresarial, mas também social e governamental", escreveu o presidente. "Os planos de conversão laboral e empresarial nas regiões de mineração do carvão são cada vez mais urgentes. [...] A mudança para energias limpas deve ser feita em conjunto com os trabalhadores e empresários atualmente ligados às energias fósseis."

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