Descrição de chapéu Itália mudança climática

Chuvas no norte da Itália deixam ao menos 8 mortos e forçam resgate de milhares

Região de Emilia-Romagna registra inundações e deslizamentos de terra, e cerca de 5.000 pessoas são socorridas

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Bolonha (Itália) | Reuters e AFP

Ao menos oito pessoas morreram e milhares foram resgatadas devido a inundações e deslizamentos causados pelas chuvas que atingiram a região de Emilia-Romagna, na Itália, na terça e nesta quarta (17).

Segundo o ministro de Proteção Civil, Nello Musumeci, algumas zonas receberam metade da média anual de chuva em 36 horas, levando a transbordamento de rios e alagamentos em áreas urbanas e agrícolas.

Inundação chega a telhado de casas em Cesena, na Itália - AFP

Segundo Musumeci, 50 mil pessoas ficaram sem energia elétrica, e outras 5.000, aproximadamente, tiveram que ser retiradas com botes infláveis e helicópteros. Ainda há muitos desaparecidos.

No total, 37 locais foram afetados por inundações, e cerca de 120 deslizamentos de terra, registrados —uma ponte próxima à Bolonha desabou. Além disso, rodovias estão danificadas, e serviços ferroviários foram suspensos. O cenário foi descrito por Stefano Bonacini, dirigente da região, como catastrófico.

Em um reflexo desse panorama, autoridades locais cancelaram o Grande Prêmio de Emilia-Romagna, sexta etapa do Mundial de Fórmula 1, programado para ocorrer neste fim de semana na cidade de Ímola, próxima de várias áreas mais afetadas —imagens de drone do circuito mostram parte da pista submersa.

A medida tenta aliviar a pressão sobre os serviços de emergência e impedir a chegada de pessoas às áreas afetadas. Segundo Irene Priolo, vice de Bonacini, embora as chuvas estejam diminuindo, o nível dos rios segue aumentando. Trata-se da segunda vez que a região Emilia-Romagna, no norte da Itália, é atingida por fortes chuvas em maio —outras duas pessoas morreram em decorrência de tempestades no início do mês. O fenômeno se dá depois de meses de seca, o que, de acordo com meteorologistas, fez a capacidade do solo de absorver água ser reduzida e agravou os efeitos das inundações.

Águas barrentas avançaram por centros históricos de Faenza e Cesena e alcançaram o nível do capô de carros, forçando moradores a buscar abrigo nos andares superiores de suas casas. Ravenna, famosa por abrigar monumentos do início da era cristã, foi gravemente afetada. Nos arredores de Forli, que registrou a primeira morte ligada às chuvas, moradores tiveram que fugir descalços com a água até o peito na madrugada de quarta. "É o fim do mundo", escreveu o prefeito da cidade, Gian Luca Zattini, no Facebook.

"Nasci aqui e nunca vi nada parecido. Desta vez, ficamos com medo de verdade", disse Simona Matassoni, proprietária de um hotel em Cesena, na costa adriática, à agência de notícias AFP. Inundações também ocorreram do outro lado do mar Adriático, na Croácia e na Bósnia, mas não houve registro de mortes.

Cientistas afirmam que o aumento da frequência e da intensidade de fenômenos climáticos extremos está relacionado ao aquecimento global, provocado pela atividade humana.

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