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Pai de crianças colombianas resgatadas na selva é preso por suposto abuso sexual

Filhos e enteadas de Manuel Ranoque estão sob custódia do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar; ele nega acusações

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São Paulo

A polícia da Colômbia prendeu nesta sexta-feira (11) Manuel Ranoque, pai e padrasto das crianças que ficaram 40 dias perdidas na Floresta Amazônia após um acidente de avião ocorrido em maio. De acordo com relatos da imprensa local, ele foi denunciado por familiares por suposto abuso sexual e ainda é acusado de maus-tratos.

As crianças —Lesly Mucutuy, 13; Soleiny Mucutuy, 9; Tien Noriel Ronoque Mucutuy, 4; e Cristin Neriman Ranoque Mucutuy, 1— estão sob custódia do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar. Ranoque é padrasto das duas meninas maiores e pai dos dois menores, um menino e uma menina. Ele negou as acusações em outras ocasiões.

Manuel Ranoque, pai das quatro crianças indígenas encontradas vivas após 40 dias na Floresta Amazônica colombiana, fala à imprensa antes de chegar ao Hospital Militar em Bogotá - Raul Arboleda - 11.jun.23/AFP

As crianças haviam embarcado em um monomotor Cessna 206 que partiu de Araracuara com destino a San Jose del Guaviare junto com a mãe, Magdalena Mucutuy, em 1º de maio. Eles pretendiam se encontrar com Ranoque em Bogotá —assim como o restante da família, ele tinha fugido após fazer denúncias de ameaças de um grupo dissidente das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Após o acidente, que matou Magdalena e outros três adultos, as crianças ficaram desaparecidas por 40 dias e atraíram atenção de pessoas do mundo inteiro, à espera de um desfecho positivo da história. O episódio trouxe à tona, porém, acusações a Ranoque feitas pelos avós maternos das crianças, que lutam pela guarda deles.

É por isso que as crianças estão sob custódio do Estado desde quer receberam alta no Hospital Militar de Bogotá, para onde foram encaminhadas após o resgate.

Ranoque negou as acusações dos familiares da esposa morta em uma entrevista ao El País no mês passado e afirmou que pediu a guarda dos menores. "São meus filhos, não do presidente." Ele foi proibido de ver as duas meninas maiores no tempo em que ficaram no hospital.

A família materna também luta contra um terceiro interessado na guarda das crianças: o primeiro marido de Magdalena, Andrés. "Desde que a minha filha se divorciou não sabíamos nada sobre ele. Agora quer aparecer", disse também ao El País Fátima, avó materna dos menores.

Após a prisão de Ranoque, a diretora do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar, Astrid Cáceres, disse que as crianças seguem em processo de restabelecimento de direitos. "Nós não vamos expô-las neste momento a nenhuma atividade que não seja para protegê-las. Sua história e sua vida pessoal pertence a elas. O que a Procuradoria faz é cumprir a lei", afirmou.

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