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Hamas liberta primeiras reféns israelenses, duas mulheres de 79 e 85 anos

Grupo terrorista diz que devolveu sequestradas por 'razões humanitárias e de saúde'

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Boa Vista

O Hamas libertou nesta segunda-feira (23) mais duas reféns mantidas na Faixa de Gaza desde o último dia 7. O anúncio foi feito por Abu Ubaida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, braço armado da facção terrorista.

De acordo com o jornal israelense Times of Israel, as duas mulheres são Yocheved Lifshitz, 85, e Nurit Cooper, 79 —o Hamas havia divulgado que o sobrenome de Nurit era Yitzhak. Os maridos das duas seguem como reféns em Gaza.

O grupo terrorista afirmou que decidiu libertar as idosas "por razões de saúde e humanitárias", sem detalhar os motivos. Ambas seriam moradoras do kibutz Nir Oz, atacado pelo Hamas no último dia 7. Um vídeo com o momento em que as mulheres são entregues a funcionários da Cruz Vermelha foi publicado pelo Hamas nas redes sociais.

Yocheved Lifshitz, 85, refém israelense libertada pelo Hamas na fronteira entre Gaza e o Egito, ao lado de enfermeiros após cruzar a passagem de Rafah
Yocheved Lifshitz, 85, refém israelense libertada pelo Hamas na fronteira entre Gaza e o Egito, ao lado de enfermeiros após cruzar a passagem de Rafah - Reprodução/Extra News TV

Imagens reproduzidas por canais egípcios também mostram o momento em que as reféns libertadas deixam um veículo da Cruz Vermelha após passarem pela passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito.

O neto de Lifshitz, Daniel, afirmou que ele e a família estavam "entusiasmados e felizes" pelo retorno da avó. "Esperamos que ela esteja bem, com saúde, e estamos esperando para vê-la", disse ele. Não há informações sobre quando a idosa deve retornar a Israel. O marido de Lifshitz, Oded, também foi sequestrado e continua em Gaza na condição de refém, diz o neto.

O kibutz de Nir Oz foi um dos vários vilarejos a poucos quilômetros da Faixa de Gaza atacados pelo grupo terrorista no último dia 7. Sobreviventes que não foram sequestrados afirmam que cerca de um quarto dos 400 residentes do local foram assassinados. Até esta segunda, cerca de 25 óbitos tinham sido confirmados pelas autoridades.

O Hamas liberou reféns pela primeira vez na última sexta (20), ao soltar duas americanas sequestradas, mãe e filha, após intervenção do Qatar. Na ocasião, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Doha disse que a libertação ocorreu "após muitos dias de comunicação contínua" e que o diálogo sobre a liberação de outros reféns continuaria.

Segundo Ubaida, o Qatar também intermediou a ação desta segunda, desta vez em conjunto com o Egito. Ao anunciá-la, o porta-voz do Hamas reforçou a importância da presença de Doha nas negociações. Também mencionou "razões humanitárias" e disse que o ato era feito "para provar ao povo americano e ao mundo que as acusações feitas por Biden e sua administração fascista são falsas e infundadas".

Mais cedo nesta segunda, o canal de notícias i24, sediado em Israel, afirmou que ao menos 50 reféns com dupla cidadania estariam a caminho do sul de Gaza, onde seriam liberados com ajuda do Crescente Vermelho —o equivalente à Cruz Vermelha nos países de maioria muçulmana.

A fonte do canal seria um alto diplomata do governo do premiê Binyamin Netanyahu. O Exército de Israel não confirmou a informação.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta segunda que qualquer discussão sobre um cessar-fogo em Gaza só pode ocorrer se o Hamas libertar todos os reféns sequestrados em Israel em 7 de outubro. "Esses reféns precisam ser libertados, e então vamos poder conversar", disse o americano ao ser questionado se apoiaria um cessar-fogo em troca da libertação dos sequestrados.

De acordo com o jornal The Times of Israel, o comentário pode indicar que o governo americano não apoiará o objetivo final de Israel, que é eliminar o Hamas.

Enquanto isso, o ministro da Energia israelense, Israel Katz, disse em entrevista ao jornal alemão Bild que o país fará de tudo para trazer reféns de volta para casa, mas que "isso não poderia impedir nossas ações, incluindo a ofensiva terrestre, se decidirmos por ela". "O Hamas quer que nós lidemos com os reféns e não querem que o Exército entre e elimine a infraestrutura deles. Isso não acontecerá", afirmou Katz.

O Itamaraty confirmou nesta segunda-feira que há ao menos um brasileiro que vivia em Israel desaparecido desde o ataque do Hamas no sul do país do Oriente Médio em 7 de outubro. Acredita-se que ele possa ser um dos 222 reféns em mãos do Hamas —cifra compartilhada por Tel Aviv—, ainda que a informação não esteja confirmada.

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