Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Redes sociais falham em proteger crianças de imagens violentas da guerra Israel-Hamas

Em novo relatório, pesquisadores apontam brechas nos mecanismos de controle de plataformas como TikTok e Instagram

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Tiffany Hsu
The New York Times

Imagens violentas e perturbadoras relacionadas ao conflito entre Hamas e Israel, incluindo postagens gráficas mostrando crianças e adultos mortos, são facilmente acessíveis para jovens usuários em plataformas como o Instagram, descobriram pesquisadores.

O Instituto para o Diálogo Estratégico, um grupo de pesquisa que estuda plataformas online, criou contas no Instagram, TikTok e Snapchat como se fossem adolescentes britânicos de 13 anos. Em um período de 48 horas, de 14 a 16 de outubro, os pesquisadores afirmaram ter encontrado mais de 300 postagens problemáticas. Mais de 78% das postagens estavam no Instagram e cerca de 5% no Snapchat. Os números foram divulgados em um relatório nesta quarta-feira (18).

Pessoas se reúnem em casas bombardeadas na Faixa de Gaza, no dia 18 de outubro - Mohammed Fayq/Reuters

Os pesquisadores disseram que ativaram o recurso de Controle de Conteúdo Sensível do Instagram e o modo Restrito do TikTok —que têm como objetivo proteger os jovens usuários de materiais potencialmente arriscados— antes de realizar o levantamento.

Apesar das políticas e recursos destinados a proteger os jovens cada vez mais presentes online, os pesquisadores descobriram que o conteúdo macabro não era difícil de encontrar: 16,9% das postagens que surgiram ao pesquisar a hashtag "Gaza" no Instagram eram gráficas ou violentas, em comparação com 3% no TikTok e 1,5% no Snapchat. Os pesquisadores descobriram que a função de pesquisa do TikTok às vezes era automaticamente preenchida com frases como "crianças mortas em Gaza" e "mulher morta em Gaza".

"Em tempos de conflito, onde a desinformação corre solta, torna-se ainda mais importante proteger os jovens do impacto emocional potencial desse tipo de material e fornecer o apoio necessário para processar e contextualizar esse tipo de conteúdo", disse Isabelle Frances-Wright, autora do relatório, em um comunicado por e-mail.

O Meta, que é dono do Instagram, abordou seus esforços para equilibrar segurança e liberdade de expressão em um post sobre a guerra na última sexta-feira (13). A empresa observou que estabeleceu um centro de operações especial com monitores especializados que trabalham em hebraico e árabe, que removeram ou sinalizaram mais de 795.000 peças de conteúdo prejudicial nos primeiros três dias do conflito. A empresa também afirmou que o Instagram permite que os usuários controlem a quantidade de conteúdo sensível recomendado a eles.

Em seu próprio post no último fim de semana, o TikTok disse que também abriu um centro de comando e adicionou mais moderadores que falam árabe e hebraico, removendo mais de 500.000 vídeos e encerrando 8.000 transmissões ao vivo desde o ataque do Hamas em 7 de outubro. A plataforma disse que estava detectando e removendo automaticamente conteúdo gráfico e violento, colocando telas de opt-in (que pedem confirmação para o acesso) sobre imagens perturbadoras e adicionando restrições à função de transmissão ao vivo em meio à situação de reféns.

A empresa Snap, dona do Snapchat, afirmou em comunicado que está "continuamente monitorando" a plataforma e "determinando quaisquer medidas adicionais necessárias para mitigar o conteúdo prejudicial". A plataforma não possui um feed de notícias aberto ou capacidades de transmissão ao vivo, o que limita a disseminação de conteúdo prejudicial, disse a empresa.

Diante de uma enxurrada de postagens sobre a guerra, algumas escolas têm estimulado os pais a excluir as contas online de seus filhos para protegê-los das tentativas de guerra psicológica do Hamas. (As contas do Hamas foram bloqueadas por plataformas como Instagram e TikTok, mas permanecem ativas no Telegram.) O CEO do aplicativo para pais BrightCanary disse ao USA Today que as buscas online por reféns entre usuários de 9 a 13 anos aumentaram 2.800% nos últimos dias.

Thierry Breton, um oficial da Comissão Europeia que trabalha em questões como desinformação e regulação digital, enviou cartas na semana passada estimulando o TikTok, o Meta e o X, a plataforma anteriormente conhecida como Twitter, a mitigar o aumento de imagens falsas e violentas do conflito no Oriente Médio.

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