Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Israel ataca comboio de ambulâncias em Gaza; Hamas fala em 15 mortos

Tel Aviv diz que veículos transportavam terroristas; grupo palestino nega que esteja 'travando guerra a partir de hospitais'

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São Paulo

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atacaram nesta sexta-feira (3) um comboio de ambulâncias na Cidade de Gaza. Como em outros episódios letais do conflito atual, há uma guerra de versões sobre o ocorrido.

O Ministério da Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas, disse que o ataque deixou 15 mortos e 60 feridos. As ambulâncias, segundo a pasta, haviam deixado o hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza. O porta-voz do ministério, Ashraf Al-Qidra, disse que vítimas gravemente feridas precisam ser transferidas de forma urgente para o sul do território palestino e, de lá, para o Egito.

Israel, por sua vez, assumiu a autoria do ataque, mas disse que uma ambulância atingida foi "identificada pelas forças como sendo usada por uma célula terrorista do Hamas nas proximidades de sua posição na zona de batalha". Os militares não apresentaram evidências da suposta ligação do veículo com o grupo islâmico. As IDF afirmam ainda que têm "informações que demonstram que o método de operação do Hamas consiste em transferir agentes terroristas e armas em ambulâncias".

Palestinos puxam uma ambulância após um comboio de ambulâncias ser atingido, na entrada do hospital Shifa, na cidade de Gaza, em 3 de novembro de 2023
Palestinos puxam uma ambulância após um comboio de ambulâncias ser atingido, na entrada do hospital Shifa, na cidade de Gaza, em 3 de novembro de 2023 - REUTERS/Anas al-Shareef

Em um vídeo da agência de notícias AFP é possível ver diversos corpos e pessoas feridas ao lado de uma ambulância danificada. As imagens também mostram civis carregando feridos ensanguentados. Outras pessoas estão deitadas no chão, possivelmente lançadas contra carros estacionados na beira da estrada pela força da explosão.

As IDF ressaltam que o centro de Gaza é uma "zona de batalha" e que os civis ali presentes devem deixar a região em direção ao sul do território. "Não disparamos contra ambulâncias e hospitais se sabemos que são apenas civis e fazem o que devem fazer", disse o porta-voz do Exército israelense, Richard Hecht.

O Hamas nega veementemente que esteja "travando uma guerra a partir de hospitais".

De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 16 dos 35 hospitais da Faixa de Gaza não estão funcionando, alguns porque foram bombardeados e outros porque não possuem combustível para seus geradores. Há duas semanas, uma explosão no estacionamento de um hospital de Gaza disparou intensa controvérsia ainda não resolvida acerca de sua autoria e do número de vítimas, inicialmente estimadas na casa das centenas.

Desde quinta (2), segundo informações do Exército de Israel, as forças terrestres do país "cercaram completamente a cidade de Gaza". Na Cisjordânia, o escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas descreveu a situação como alarmante, afirmando que as forças israelenses estão cada vez mais usando táticas militares e armas em operações no território.

Nesta sexta-feira (3), um dia após o presidente americano Joe Biden adotar um tom mais cauteloso em relação ao conflito, o secretário de Estado americano, Antony Blinken voltou à Israel pela segunda vez para pressionar os líderes do país a realizar pausas humanitárias na guerra.

A Casa Branca, entretanto, afirmou que qualquer pausa nos combates deve ser temporária e localizada, e rejeitou os pedidos de cessar-fogo total na guerra, agora em seu 28º dia, feitos por países árabes e várias outras nações.

Com Reuters e AFP

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