Os Estados Unidos atacaram novamente o Iêmen na madrugada desta quarta-feira (24), destruindo ao menos dois mísseis antinavio houthis.
A ofensiva, que ocorreu por volta das 2h30 (20h30 de terça-feira, 23, no horário de Brasília), é a mais recente dos americanos contra o grupo rebelde iemenita apoiado pelo Irã, e se dá em um contexto de escalada de tensões no mar Vermelho.
Os houthis, que controlam as áreas mais populosas do Iêmen, afirmam que os ataques a navios naquela parte do oceano são atos em solidariedade ao grupo terrorista palestino Hamas —também aliado do Irã— em meio à invasão da Faixa de Gaza por Israel. As ofensivas têm perturbado o transporte marítimo global e aumentado os temores de que as consequências do conflito possam aprofundar ainda mais a crise no Oriente Médio.
"As forças dos EUA identificaram os mísseis em áreas controladas pelos houthis no Iêmen e determinaram que eles representavam uma ameaça iminente aos navios mercantes e às embarcações da Marinha americana na região", afirmou o Comando Central militar dos EUA. "Elas então atacaram e destruíram os mísseis em autodefesa."
O Pentágono afirma que, desde que começou a atacar supostas bases militares houthis no Iêmen, em 11 de janeiro, destruiu ou danificou 25 instalações de lançamento e implantação de mísseis, além de mais de 20 mísseis em si.
Washington diz ainda ter atacado drones, radares costeiros e artefatos de vigilância aérea dos houthis, bem como locais de armazenamento de armas.
"Temos nos concentrado muito em atacar coisas que eles têm usado para realizar ataques contra o transporte marítimo internacional e marinheiros, e isso continuará sendo nosso foco", disse o porta-voz do Pentágono, o major Patrick Ryder, na terça (23).
Ryder disse que o último ataque dos houthis foi em 18 de janeiro, sugerindo que as ações americanas estão tendo impacto. "Desde então, realizamos vários ataques em autodefesa, quando havia uma ameaça iminente ou um lançamento antecipado", afirmou o major.
A estratégia de Biden no Iêmen visa a enfraquecer os houthis, mas não a derrotar o grupo. Isso, afinal, aumentaria o risco de um confronto direto entre os EUA e o Irã, e os americanos tentam em última instância impedir que o conflito em Gaza se regionalize, afirmam especialistas.
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