O presidente Lula (PT) e diversos outros líderes e ex-líderes da América Latina lamentaram nas redes sociais a morte do ex-mandatário chileno Sebastián Piñera. O petista se disse "surpreso e triste" com o ocorrido e afirmou que os dois sempre tiveram bom diálogo.
"Convivemos, trabalhamos pelo fortalecimento da relação dos nossos países e sempre tivemos um bom diálogo, quando ambos éramos presidentes, e também quando não éramos. Muito triste seu falecimento de forma tão abrupta. Meus sentimentos aos seus familiares e amigos de Piñera por esta perda", escreveu ele no X.
Piñera foi um empresário bilionário e uma importante liderança da direita no Chile, eleito duas vezes, de 2010 a 2014 e de 2018 a 2022. Ele faleceu na tarde desta terça-feira (6), quando pilotava um helicóptero que caiu num lago na região centro-sul de Los Ríos. Outros três membros de sua família sobreviveram.
O governo argentino de Javier Milei foi um dos primeiros a lamentar a morte, mesmo antes de ela ser confirmada oficialmente. "Em nome do Estado argentino, enviamos nossas condolências a seus familiares, amigos e todo o povo chileno", informou em comunicado a Casa Rosada.
Já o uruguaio Luis Lacalle Pou disse conhecê-lo há vários anos. "Sempre teve uma atitude positiva em relação ao Uruguai e pessoalmente. Como prova, basta nomear seu apoio com a logística oferecida para a chegada das vacinas durante a pandemia. Aos chilenos e à sua família, meus pêsames. Descanse em paz", disse.
A peruana Dina Boluarte chamou Piñera de "importante líder político na região e amigo do Peru" e afirmou que, "durante seu mandato no cargo mais alto de seu país, ele fortaleceu os laços de amizade e cooperação entre nossos povos".
O paraguaio Santiago Peña escreveu mensagem mais sóbria, acompanhada de uma foto entre os dois, dizendo que "lamenta profundamente o falecimento" e enviando condolências.
Entre os ex-presidentes da região que também expressaram solidariedade está Jair Bolsonaro (PL): "Fomos aliados no progresso de nossos países e bem-estar de nossos povos. Uma lacuna irreparável para nossos irmãos chilenos", disse em uma postagem junto de uma imagem de Piñera.
O brasileiro encerrou o texto com uma mensagem de conforto para "os que têm em seus corações Deus, Pátria, Família e Liberdade", lema utilizado por ele durante a campanha eleitoral e que virou slogan da direita brasileira.
Já o argentino Mauricio Macri, que governou ao mesmo tempo que Piñera entre 2018 e 2019, expressou "tristeza imensa" pela morte do "querido amigo": "Gente boa, comprometida como ninguém com o Chile e com os valores da liberdade e da democracia na América Latina… Realmente é uma perda total, insubstituível. Hoje me despeço de um amigo e de um líder notável", afirmou.
A Câmara dos Deputados da Argentina chegou a fazer um minuto de silêncio enquanto discutia o pacote de reformas liberais de Milei chamado de "lei ônibus" no plenário, depois que um dos parlamentares anunciou a morte de Piñera ao microfone.
O ex-presidente peronista Alberto Fernández, que deixou a liderança do país vizinho em dezembro, recordou os bons momentos. "Lembro dele com sincero afeto, desfrutando de belos encontros que permanecem comigo além das nossas diferenças. Meus pêsames à sua família e a todos que o amaram", escreveu.
Lideranças políticas chilenas também se pronunciaram.
"Sempre valorizei o compromisso do ex-presidente Piñera com nosso país e com a democracia, assim como seu trabalho incansável e seu serviço à nação", afirmou a ex-presidente Michelle Bachelet, de centro-esquerda, que alternou seus dois mandatos com o adversário.
José Antonio Kast, líder da extrema direita que ajudou Piñera a ser eleito em 2018, declarou que ele "foi um grande servidor público e dedicou os melhores anos de sua vida a servir o Chile. Um abraço e nossas orações como família por ele, seus entes queridos e seus próximos nestas horas de dor e tristeza".
A morte de Piñera no acidente causou um sentimento geral de incredulidade no país, ainda mais por ter acontecido em meio a outra tragédia: os incêndios que se iniciaram na última sexta (2) e mataram mais de 130 pessoas na região de Viña del Mar, a uma hora e meia de Santiago.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.