Os dois principais candidatos à Presidência dos Estados Unidos —Joe Biden, atualmente no cargo, e Donald Trump, que o ocupou de 2017 a 2020— aceitaram nesta quarta-feira (15) um convite da emissora CNN para participar de um debate eleitoral.
O anúncio foi inicialmente feito por Biden, no X. Na publicação, ele adianta a data do evento —a ser realizado depois do fim da cúpula do G7, na Itália, e do julgamento de Trump em Nova York, e antes do início das votações antecipadas, em setembro. "Recebi e aceitei um convite da CNN para um debate no dia 27. Agora é com você, Donald. Nas suas palavras: em qualquer lugar, a qualquer hora."
Pouco depois, o democrata afirmou na mesma plataforma que também tinha aceito um outro convite para um debate, este da rede ABC, marcado para 10 de setembro. Trump respondeu que estava pronto para discutir com ele nas duas ocasiões por meio de sua própria rede social, a Truth Social.
O tom afrontoso da postagem inicial de Biden é uma resposta a provocações de Trump das últimas semanas. O republicano, que se recusou a participar de debates com seus rivais nas primárias de seu partido, vinha desafiando o democrata a confrontá-lo diretamente.
Os presidenciáveis estabelecem condições bastante distintas para participar dos eventos, no entanto. Segundo o jornal The New York Times, que obteve acesso a uma carta da campanha de Biden, o democrata deseja que os debates ocorram em um estúdio de TV, sem plateia ou mesmo outros candidatos, e que os microfones dos participantes se desliguem automaticamente assim que o tempo deles se esgotar. Já Trump pediu mais do que dois debates, e que eles sejam realizados em locais com grande capacidade de público.
Ainda não está claro em que medida essas exigências serão atendidas pelas redes de TV. De todo modo, os debates implicam grandes riscos para os candidatos.
Para os assessores de Biden, os eles têm potencial para expor Trump ao exigir que ele se posicione sobre questões polêmicas, como o aborto.
Já a equipe do republicano acredita que eventuais deslizes verbais do democrata podem amplificar as preocupações do eleitorado com os seus 81 anos de idade —mesmo que o ex-apresentador de TV vá ter completado 78 anos no momento dos eventos.
"Os dois estarão sob um escrutínio maior do que nunca devido à idade", diz Alan Schroeder, professor emérito da Universidade Northeastern. Ele afirm que o debate de "um dos únicos momentos em que os candidatos não têm controle total".
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