Descrição de chapéu Eleições EUA

Biden admite a aliado que está avaliando se pode salvar candidatura, diz NYT

Casa Branca, porém, nega que presidente esteja considerando desistir; democrata recebe apoio de governadores após reunião

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse a um importante aliado ter a consciência de que pode não ser capaz de salvar sua candidatura se fracassar em convencer o público, nos próximos dias, de que está à altura do cargo após a criticada performance no debate contra seu rival, Donald Trump, na semana passada.

Embora engajado na luta pela reeleição, segundo o aliado, Biden entende que suas próximas aparições —incluindo uma entrevista marcada para esta sexta-feira (5) à ABC News, e eventos de campanha na Pensilvânia e em Wisconsin— devem correr bem.

O presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca, em Washington - Elizabeth Frantz - 1º.jul.2024/Reuters

"Ele sabe que se tiver mais dois eventos como aquele, estaremos em um lugar diferente" até o fim da semana, disse o aliado, referindo-se à performance hesitante e sem foco de Biden no debate. A pessoa falou sob condição de anonimato ao jornal americano The New York Times.

A conversa é a primeira indicação de que o presidente está avaliando se pode se recuperar de seu mau desempenho no debate em Atlanta, no dia 27 de junho. Desde então, as preocupações sobre sua viabilidade como candidato estão aumentando.

Um alto conselheiro de Biden, que também falou sob condição de anonimato, disse que o presidente está "bem ciente do desafio político que enfrenta".

À tarde, ainda nesta quarta, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, negou em entrevista coletiva que Biden esteja considerando desistir da disputa. Ela reconheceu o desempenho ruim do presidente no debate contra Trump, mas ressaltou que ele quer continuar implementando suas medidas no governo.

Segundo os jornais New York Times e The Guardian, Biden disse em reunião com funcionários que não deixaria a disputa.

A equipe da campanha acompanha ansiosa as pesquisas, reconhecendo que números ruins poderiam aumentar a crise no partido. Um levantamento da CBS News divulgado nesta quarta-feira (3) mostrou Trump ultrapassando Biden —o republicano apareceu à frente com 50% a 48% da preferência dos eleitores em nível nacional, e 51% a 48% nos estados decisivos.

O presidente se comunicou nos últimos dias com o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, além dos deputados Hakeem Jeffries, Jim Clyburn e o senador Chris Coons, todos de seu partido.

À noite, Biden e sua vice, Kamala Harris, reuniram-se com governadores democratas na Casa Branca. Na saída, os governadores Tim Walz, de Minnesota, e Wes Moore, de Maryland, limitaram-se a dizer que o encontro foi honesto. Os dois, assim como a governadora de Nova York, Kathy Hochul, reiteraram o apoio a Biden na campanha pela reeleição.

Falando a repórteres, Walz reconheceu que a performance do presidente no debate contra Trump foi ruim, mas disse ter confiança em Biden e afirmou que ele está preparado para continuar no cargo.

Em seguida, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, um dos nomes cotados para substituir Biden na cédula democrata, também manifestou. "O presidente vai com tudo, e eu também. Joe Biden nos apoiou, agora é a hora de apoiá-lo", disse, segundo o New York Times.

O governador do Havaí, Josh Green, que participou virtualmente da reunião, também apoiou Biden, e afirmou que ele estava "sólido" na reunião e que Kamala foi muito solidária.

Vários aliados de Biden que se reuniram com a família e assessores nos últimos dias enfatizaram que o presidente vê o atual momento como uma chance para se recuperar, como fez outras vezes ao longo de sua carreira.

Mas ele também estaria ciente de sua batalha difícil para convencer eleitores, doadores e a classe política de que sua performance no debate foi uma exceção.

Nesta quarta, um segundo deputado democrata se pronunciou publicamente dizendo que Biden deveria deixar a disputa.

Raul Grijalva, que representa um distrito no sul do Arizona, na fronteira com o México, afirmou que apoiaria o presidente se ele for candidato, mas que Biden "precisa assumir a responsabilidade de manter a cadeira [presidencial] —e parte dessa responsabilidade é sair dessa corrida".

Antes dele, o deputado texano Lloyd Doggett havia divulgado comunicado semelhante. "Eu represento o coração de um distrito congressional que já foi representado por Lyndon Johnson. Em circunstâncias muito diferentes, ele tomou a dolorosa decisão de se retirar. O presidente Biden deveria fazer o mesmo", afirmou.

Com The New York Times

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.