Descrição de chapéu Financial Times Eleições EUA

Trump arrecada mais dinheiro do que Biden no 2º trimestre

Republicano viu financiamento crescer após se tornar primeiro ex-presidente condenado criminalmente nos EUA; Biden desistiu da campanha

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Eva Xiao Sam Learner Alex Rogers
Financial Times

Donald Trump arrecadou mais dinheiro do que Joe Biden no segundo trimestre, destacando como o ex-presidente vê aumento nas doações em um momento em que os apoiadores democratas estão cada vez mais inquietos com as perspectivas de seu candidato.

Grupos de arrecadação de fundos alinhados com o candidato republicano arrecadaram US$ 431,2 milhões (R$ 2,39 bilhões) entre abril e junho —US$ 98,9 milhões (R$ 549 milhões) a mais do que os grupos pró-Biden, que arrecadaram US$ 332,4 milhões (R$ 1,84 bi).

O ex-presidente dos EUA Donald Trump gesticula para eleitores em comício em Grand Rapids, em Michigan
O ex-presidente dos EUA Donald Trump gesticula para eleitores em comício em Grand Rapids, em Michigan - Bill Pugliano - 20.jul.2024/Getty Images via AFP

As informações, de uma análise do Financial Times dos dados federais das campanhas, mostram que a condenação criminal do ex-presidente por fraude em Nova York, em 30 de maio, foi um ponto de inflexão importante na corrida por financiamento de campanha.

Trump estava muito atrás de Biden em dólares arrecadados até que um júri de Nova York o considerou culpado de 34 acusações de falsificação de registros comerciais para encobrir a compra de silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, que teria tido uma relação sexual com o republicano, durante a campanha de 2016. O veredicto tornou Trump o primeiro ex-presidente condenado criminal na história dos EUA —e uniu o Partido Republicano.

O impacto foi dramático. Os grupos de arrecadação de fundos alinhados a Trump mais do que triplicaram as contribuições arrecadadas no segundo trimestre em comparação com o primeiro trimestre, quando os grupos de Biden arrecadaram cerca de US$ 49 milhões (R$ 272 milhões) a mais. Em comparação com o segundo trimestre de 2020, o último ano da eleição presidencial passada, os grupos pró-Trump mais do que dobraram sua arrecadação de fundos.

Com dados mais recentes, será possível avaliar se as doações a Biden foram afetadas após sua performance desastrosa no debate presidencial de 27 de junho, e se de fato o evento eleitoral elevou as preocupações sobre a idade e a capacidade cognitiva do presidente entre doadores.

As últimas declarações eleitorais oficiais disponíveis não capturam nenhum dado de julho, dando pouca informação sobre as consequências financeiras do debate.

Os arrecadadores de fundos vinham soando alertas para a falta de dinheiro, já que grandes doadores democratas como Stewart Bainum, Mark Pincus, Reed Hastings e Mike Moritz pediram para Biden se afastar da disputa —o democrata anunciou sua desistência da candidatura neste domingo (21). A extensão desse declínio se tornará óbvia nos relatórios de arrecadação do próximo mês.

Até o final de junho, Biden tinha US$ 281 milhões (R$ 1,56 bi) em caixa, enquanto Trump tinha US$ 336,2 milhões (R$ 1,86 bi) em caixa. Trump gastou US$ 85,5 milhões (R$ 474,8 milhões) do dinheiro dos doadores em honorários legais —cerca de 26,4% de todo o dinheiro gasto— enquanto enfrenta acusações criminais.

Dois comitês de ação política (os chamados PACs, grupos que reúnem contribuições de campanha) —Make America Great Again Inc e Preserve America— financiados pelos bilionários Tim Mellon, Miriam Adelson, Liz e Dick Uihlein, Kelcy Warren, Robert Bigelow e Diane Hendricks, estão ocupando os espaços de publicidade na Pensilvânia, Geórgia, Arizona, Michigan e Wisconsin durante os meses de verão no hemisfério norte.

Future Forward —o super PAC pró-Biden financiado pelos bilionários Michael Bloomberg, Reid Hoffman e o falecido Jim Simons— reservou US$ 130 milhões (R$ 721 milhões) em anúncios a partir do final de agosto e até o dia da eleição em 5 de novembro, embora isso estivesse previsto antes da desistência de Biden.

O herdeiro bancário Mellon foi o maior doador divulgado de Trump, doando US$ 75 milhões (R$ 416 milhões) para um super PAC pró-Trump, incluindo US$ 50 milhões (R$ 277 milhões) no dia seguinte à condenação do ex-presidente.

Ike Perlmutter, ex-presidente da Marvel Entertainment, doou US$ 10 milhões (R$ 55 milhões) após o veredicto.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.