Descrição de chapéu Bangladesh

Mortes durante protestos em Bangladesh sobem para 300, diz agência

Somente neste domingo, 94 pessoas morreram, entre os quais, 13 policiais; governo decretou toque de recolher por tempo indeterminado

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AFP e Reuters

O número de mortos nos confrontos em Bangladesh aumentou para 300 desde julho, quando começaram as manifestações. Somente neste domingo (4), 94 pessoas morreram, no que foi o dia mais sangrento das semanas de protestos antigoverno.

O número é baseado em relatórios da polícia, autoridades e médicos dos hospitais que recebem as vítimas.

Manifestantes prometem recomeçar os atos nesta segunda-feira (5), em meio à mobilização generalizada de policiais e soldados na capital - Daca -, patrulhas rodoviárias e barricadas nas estradas de acesso ao gabinete da primeira-ministra Sheikh Hasina.

Imagem mostra manifestantes em confronto com a polícia enquanto um incêndio atinge um prédio
Estudantes prometem continuar manifestações mesmo após toque de recolher - Abu Sufian Jewel/AFP

Estudantes convocaram uma marcha até a capital desafiando um toque de recolher nacional O intuito é pressionar a primeira-ministra Sheikh Hasina a renunciar, um dia depois de confrontos mortais no país do sul da Ásia terem matado quase 100 pessoas.

Os protestos no mês passado começaram depois que grupos de estudantes exigiram o fim de um controverso sistema de cotas em cargos públicos. Isso se transformou em uma campanha para buscar a destituição de Hasina, que conquistou o quarto mandato consecutivo em janeiro, em uma eleição boicotada pela oposição.

O número de mortos neste domingo, que inclui pelo menos 13 policiais, foi o mais alto em um único dia entre todos os protestos na história recente de Bangladesh, superando as 67 mortes relatadas em 19 de julho, quando estudantes saíram às ruas contra as cotas.

Fotografia mostra utilitário (aparentemente uma van) incendiada. Ao fundo, uma mulher pedala.
Além de mortes, protestos incorrem em centenas de feridos e prejuízos à infraestrutura do país asiático - Munir Uz Zaman/AFP

A praça central de Shahbagh, em Daca, ficou lotada com milhares de pessoas, muitas armadas com paus. Assim como vários outros pontos da cidade, o local virou palco de combates, segundo a polícia. "Houve confrontos entre estudantes e homens do partido no poder", disse o inspetor de polícia Al Helal à agência de notícias AFP.

Além de impor um toque de recolher, o governo decretou feriado nacional pelos próximos três dias. Alheios a isso, líderes das manifestações prometem engrossar o movimento neste começo de semana.

"O governo matou muitos estudantes. Chegou a hora da resposta final", disse o coordenador do protesto, Asif Mahmud, em comunicado no Facebook na noite de domingo. "Todos virão para Dhaka, especialmente dos distritos vizinhos. Venham para Dhaka e tomem uma posição nas ruas."

Também neste domingo, um respeitado ex-chefe do Exército exigiu que o governo retirasse as tropas e permitisse os protestos.

"Pedimos ao governo em exercício que retire imediatamente as Forças Armadas das ruas", disse Ikbal Karim Bhuiyan em uma declaração conjunta com outros ex-membros de alto escalão, condenando "assassinatos atrozes, torturas, desaparecimentos e detenções em massa".

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