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Bolsa japonesa fecha com maior queda da história após indício de desaceleração nos EUA

Na Europa, queda é a maior dos últimos seis meses

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A bolsa de valores do Japão despencou 12% nesta segunda-feira (5), no resultado dia em 37 anos, em um cenário influenciado principalmente pelos temores de uma recessão nos Estados Unidos.

Em uma queda que de disseminou por outros mercados asiáticos, o índice Nikkei 225 despencou 12,4%, quebrando seu recorde de perdas, que remontava à quebra da bolsa de outubro de 1987. O índice mais amplo Topix, por sua vez, caiu 12,23%, para 2.227,15 pontos.

Homem caminha em frente a monitores que mostram números da bolsa de valores japonesa
O índice de referência Japonês Nikkei apresenta quedas expressivas desde a semana passada - Zhang Xiaoyu/Xinhua (2.ago.2024)

O movimento no Japão foi ecoado em outros mercados. O índice de referência Kospi da Coreia do Sul caiu 8,8%, enquanto o S&P/ASX australiano teve perda de 2,5%. O Sensex da Índia perdeu 2,6%.

Os mercados futuros indicaram que o movimento provavelmente se estenderá aos Estados Unidos. Os futuros dos índices de ações dos EUA caíram nesta segunda-feira (os ligados ao Nasdaq despencaram quase 4%).

"O sentimento dos investidores foi afetado por dados de emprego nos EUA inferiores ao esperado em julho, aumentando os receios de que a economia dos EUA desacelerará mais do que o esperado", explicou a corretora IwaiCosmo Securities.

O "payroll" (folha de pagamento, em inglês) mostrou que os EUA criaram 114 mil vagas no mês passado, ante expectativa de 175 mil, e a taxa de desemprego cresceu para 4,3%, quando agentes financeiros esperavam manutenção em 4,1%.

Os novos dados acionaram a chamada Regra de Sahm, que vincula o início de uma recessão ao momento em que a média móvel de três meses da taxa de desemprego sobe pelo menos 0,5 ponto percentual acima da mínima de 12 meses. Em agosto do ano passado, o índice estava em 3,8%, o que coloca a taxa atual exatamente no gatilho.

O payroll vêm na esteira da manutenção dos juros na taxa de 5,25% e 5,50% pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) na última quarta-feira. A decisão já era amplamente esperada, mas o comunicado que a sucedeu deu fôlego à tese de que a autarquia poderá iniciar o ciclo de afrouxamento monetário já no próximo encontro, em setembro.

Com os novos números, a tese se tornou uma aposta unânime entre os agentes financeiros. E, se antes a dúvida era sobre a possibilidade de corte, agora a discussão é sobre a magnitude.

Alguns dos grandes bancos de Wall Street, como JPMorgan e Citigroup, revisaram as previsões para o ano, antevendo, agora, um corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros na próxima reunião.

"Estou relutante em acreditar que o Fed começaria o processo de flexibilização com um corte de 50 pontos percentuais, mas se as próximas sete semanas forem de dados parecidos com os da semana passada, o Fed deveria ser agressivo", disse Ronald Temple, estrategista-chefe de mercado da assessoria financeira Lazard.

EUROPA

As incertezas quanto à economia americana devem refletir em outras bolsas mundo afora.

Na Europa, o índice Bux, da Bolsa de Valores da Hungria, caiu 2,42% na abertura desta segunda (2).

As ações europeias caíram para o menor valor nos últimos seis meses, em meio a uma liquidação global de ações devido a temores da desaceleração nos EUA.

O índice pan-europeu STOXX600 caiu 3,1%, para 482,42 pontos, atingindo o seu nível mais baixo desde 13 de fevereiro. O valor de referência também o configura como o pior dia em 2 anos e meio.

O índice teve sua pior semana em quase 10 meses na sexta-feira e caiu abaixo da marca de 500 pela primeira vez desde 15 de abril.

O receio de que os EUA possam estar a caminhar para uma recessão fez com que os investidores se afastassem dos ativos de risco. Todas as principais bolsas europeias abriram no vermelho.

Os setores financeiros foram os mais atingidos. Os bancos (SX7P) perderam 4,2%, os serviços financeiros (SXFP) caíram 3,6% enquanto o setor de tecnologia (SX8P) caiu 5%.

Com Financial Times e AFP

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