Descrição de chapéu Colômbia

Petro culpa ELN por ataque a base militar na Colômbia e fala em fim de processo de paz

Atentado com caminhão-bomba deixa dois mortos e coloca em xeque negociações do governo com guerrilha

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São Paulo

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, atribuiu o ataque que deixou 26 feridos e dois mortos em uma base militar nesta terça-feira (17) ao ELN (Exército de Libertação Nacional) e afirmou que a ação "encerra um processo de paz com sangue".

Após o atentado em Puerto Jordán, no departamento de Arauca, soldados capturaram duas pessoas que dirigiam motos ao lado do veículo. Os soldados mortos foram identificados como Julián Patiño e Bairon Correa. Cinco militares ficaram "gravemente feridos" e outros 21 estão fora de perigo, segundo as Forças Armadas.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, discursa durante demonstração de aviões doados pelos Estados Unidos ao país - Luisa González -14.fev.2024/Reuters

"Um caminhão carregado de explosivos que fere 27 jovens e mata dois —dentro dos dados que tenho, implantado pelo ELN, com quem estávamos conversando sobre paz. E, como aconteceu daquela vez em outro lugar aqui perto, na Academia de Polícia, onde morreram muitos agentes e cadetes que estavam estudando, é praticamente uma ação que encerra um processo de paz com sangue", afirmou o presidente na noite de terça.

O outro ataque citado por Petro ocorreu em janeiro de 2019, quando um caminhão-bomba do ELN com 80 quilos de explosivos explodiu na Academia de Polícia General Santander após uma cerimônia de promoção de oficiais, deixando 23 policiais mortos e mais de cem feridos.

Naquele momento, a Presidência da Colômbia era ocupada por Iván Duque, que interrompeu as negociações de paz com o grupo guerrilheiro no dia seguinte e retomou ordens de captura contra os membros do grupo.

Até agora, membros do governo não esclareceram a declaração de Petro nem afirmaram se o ataque realmente provocou a ruptura do processo de paz.

Petro, primeiro presidente de esquerda da Colômbia e ele mesmo um ex-guerrilheiro, chegou à cadeira presidencial com a promessa de alcançar o que chama de "paz total" —ou seja, a pacificação de grupos armados colombianos que permaneceram após as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) entregarem as armas em um acordo de paz de 2016.

O principal entre eles é o ELN, a última guerrilha de esquerda nascida nos anos 1960 ainda ativa na Colômbia. A estratégia incluiria a implementação de um sistema de justiça reparatório que ofereceria penas alternativas a quem colaborasse com informações sobre esses grupos.

Os planos, porém, não têm sido frutíferos, e agora a possibilidade de um acordo está ainda mais distante.

Em agosto, a guerrilha decidiu não retomar a trégua em meio a turbulências nas negociações de paz com o governo; no mesmo mês, o ministro da Defesa, Iván Velásquez, anunciou a retomada da ofensiva militar contra o ELN após o fim de um cessar-fogo que estava em vigor desde 2023.

"Uma mesa de negociações não pode prosseguir em meio ao sangue de nossos soldados (...) O ELN não entendeu a mensagem e a política de paz do presidente Petro", afirmou o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, que não explicou se as conversações prosseguirão

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