Secretário de Estado dos EUA diz que morte de ativista por Israel é injustificada

Exército israelense admite probabilidade de ter matado Aysenur Ezgi Eygi durante protesto na Cisjordânia ocupada, mas fala em acidente

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Londres e Jerusalém | AFP

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, classificou como injustificada a morte a tiros de uma ativista turco-americana pelo Exército israelense na Cisjordânia ocupada na semana passada. A declaração foi feita nesta terça-feira (10), em Londres, em sua visita de um dia ao Reino Unido.

Durante entrevista coletiva, o chefe da diplomacia americana disse que as Forças israelenses precisam fazer "mudanças fundamentais".

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante entrevista coletiva conjunta com o secretário de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, David Lammy, em Londres, Grã-Bretanha
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante entrevista coletiva em Londres, na Inglaterra - Mark Schiefelbein/AFP

O Exército de Tel Aviv afirmou, também nesta terça, que é "muito provável" que suas forças tenham atirado e "matado involuntariamente" Aysenur Ezgi Eygi, 26, durante um protesto de palestinos. Segundo o comunicado, o alvo dos disparos seria "o principal instigador dos tumultos", sem identificá-lo.

O escritório de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou na sexta-feira (6) que Eygi tinha sido alvejada por militares de Israel.

A Turquia condenou o assassinato, enquanto os Estados Unidos o chamaram de trágico e, na segunda-feira, pediram "uma investigação rápida, completa e transparente".

Um grupo de pessoas participa de um protesto, segurando faixas e cartazes. As faixas têm textos em árabe e inglês, denunciando crimes contra a humanidade e pedindo o fim da ocupação. Os manifestantes estão vestidos de forma variada, com algumas pessoas usando lenços palestinos. O ambiente parece ser urbano, com um edifício ao fundo.
Ativistas palestinos levantam faixa e retratos da ativista turco-americana Aysenur Ezgi Eygi durante seu cortejo fúnebre em Nablus, na Cisjordânia ocupada - Jaafar Ashtiyeh - 9.set.24/AFP

Antes da declaração desta terça-feira, o Exército israelense havia reconhecido que abriu fogo na área de Beita e disse que estava "investigando relatos de que um cidadão estrangeiro foi morto em consequência dos disparos".

Tel Aviv afirmou que suas forças "responderam disparando na direção do principal instigador da violência, que havia atirado pedras nos soldados e representava uma ameaça".

Eygi pertencia ao Movimento Internacional de Solidariedade (ISM), uma organização pró-Palestina, e estava em Beita para participar de uma manifestação semanal contra os assentamentos israelenses.

No sábado, o ISM classificou de falsas as denúncias de que seus ativistas atiraram pedras contra as forças israelenses e disse que a manifestação foi pacífica.

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