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Oposição denuncia irregularidades nas eleições parlamentares em Kosovo
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O principal partido da oposição de Kosovo acusou as autoridades nesta segunda-feira de permitirem irregularidades na eleição parlamentar do fim de semana, na qual dois partidos rivais se disseram vitoriosos.
As pesquisas de boca de urna apontaram para vantagem do Partido do Kosovo (PDK), do primeiro-ministro Hashim Thaci, levando-o a declarar vitória. Os primeiros resultados oficiais são aguardados ainda nesta segunda.
A União Europeia (UE) e os Estados Unidos veem a eleição do domingo (12), a primeira desde a independência de Kosovo, como teste de sua maturidade democrática. Uma votação livre e justa seria condição para a eventual entrada do país na UE.
A rival Liga Democrática do Kosovo (LDK) fez objeções ao processo eleitoral, dizendo que votação ficou comprometida em dois redutos de Thaci onde o índice de comparecimento de eleitores foi nitidamente superior à média nacional de 48 %.
"Um índice de comparecimento de 94% é estatisticamente impossível, logicamente não razoável, politicamente inaceitável e legalmente contestável na realidade de Kosovo", disse um porta-voz da LDK, Arben Gashi. "Usaremos todos os meios legais para levar legitimidade e democracia a todo Kosovo."
O partido de Thaci se negou a comentar as alegações.
Com mais de metade dos votos contabilizados até a manhã desta segunda, o PDK tinha 30,6% de votos e o LDK, 26,2%, segundo um grupo de organizações não governamentais que acompanha a contagem.
Isa Mustafa, prefeito da capital kosovar Pristina e chefe da LDK, disse a jornalistas que o partido pretende pedir uma nova votação nos dois locais questionados.
O principal adversário de Thaci disse que é preciso esperar a publicação dos resultados oficiais.
RECLAMAÇÕES
Monitores europeus disseram ter conhecimento das alegações de fraude.
O grupo "Democracia em Ação", que reúne ONGs de Kosovo e tem 5.000 observadores, disse que também constatou "manipulação do voto" nas duas regiões apontadas.
Em Bruxelas, a Alta Representante da UE, Catherine Ashton, e o Comissário de Ampliação Stefan Fuele pediram às autoridades que sigam adiante com o processo pós-eleitoral e abram caminho para um novo governo.
"Cabe agora às autoridades competentes certificarem os resultados e lidar com as reclamações e apelações, seguindo as leis e normas relevantes", diz um comunicado conjunto.
"É importante agora formar rapidamente um novo governo e eleger um novo presidente, para que eles possam enfrentar os desafios que estão pela frente", acrescenta o comunicado.
"Temos muito trabalho no próximo ano para que Kosovo possa avançar rumo à entrada na UE."
ELEIÇÕES
O PDK obteve 30,6% dos votos, afirmam a ONG Gani Bobi e o analista político Shkelzen Maliqi, baseados em 2.200 eleitores entrevistados em todas as regiões de Kosovo.
A Liga Democrática de Kosovo (LDK), teria ficado na segunda posição, com 26,2% dos votos, seguida pelo Movimento Nacional pela Autodeterminação, com 16%.
"A vitória é nossa", declarou Thaci a seus partidários. "O PDK obteve uma vitória convincente".
"Votamos pelo futuro europeu e Atlântico de Kosovo. Agora esperamos nos tornar membros da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e da União Europeia, porque os cidadãos de Kosovo votaram por isto", declarou Thaci.
No total, mais de 1,6 milhão de eleitores foram convocados para eleger os 120 deputados do Parlamento de Kosovo, entre candidatos de 29 partidos.
Vinte cadeiras do Parlamento estão reservadas às minorias, dez deles para os 120 mil sérvios do Kosovo.
Estas eleições legislativas foram realizadas antecipadamente devido à crise política vivida pelo Kosovo e que derrubou a coalizão do governo.
RECONHECIMENTO
Kosovo declarou sua independência da Sérvia em 2008, mas os sérvios ainda dominam o norte o do país. No total, 92% dos 2,2 milhões de habitantes de Kosovo são de etnia albanesa.
As eleições ocorrem em um momento delicado para o Kosovo, já que a comunidade internacional, especialmente os europeus, deseja a abertura imediata do diálogo entre o país e a Sérvia, sob os auspícios da UE.
Segundo a UE, o diálogo deve servir para melhorar a convivência entre kosovares, albaneses e sérvios, e não para tratar da independência do país, que a Sérvia jamais reconheceu.
A Sérvia garante estar disposta a conversar e, oficialmente, Kosovo também, mas parece improvável que as negociações comecem antes da formação do novo governo, provavelmente em janeiro.
No momento, 72 países reconhecem a independência de Kosovo, incluindo Estados Unidos e a maioria dos membros da União Europeia
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