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Marroquinos fazem manifestações pró e contra nova Constituição
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DA EFE, EM RABAT
Dezenas de milhares de marroquinos saíram neste domingo (17) às ruas do Marrocos para se manifestarem contra e a favor de uma nova Constituição, duas semanas após a aprovação do plebiscito constitucional por uma arrasadora maioria, de mais de 98% da população.
A agência oficial de notícias MAP informou que mais de 160 mil marroquinos se manifestaram em todo o país a favor da Constituição, e que as maiores concentrações foram registradas em Casablanca, onde cerca de 20 mil pessoas participaram, 15 mil em Rabat e 12 mil em Tânger.
No entanto, fontes do Movimento 20 de Fevereiro reforçaram que em Casablanca houve uma outra manifestação de 30 mil pessoas e em Tânger de 12 mil, mas neste caso contra a nova Carta Magna.
Em Rabat, jovens monárquicos percorreram a avenida de Mohammed 6 até chegar à rua de Hassan II, onde se encontraram com os jovens do Movimento 20 de Fevereiro.
Os agentes antidistúrbios controlaram possíveis choques e bloquearam as ruas para impedir o acesso até o Parlamento, cujo arredores os manifestantes de ambos grupos gritaram durante mais de duas horas suas próprias palavras de ordem.
"Traidores. Marrocos será livre quando o Movimento 20 de Fevereiro morrer", gritaram os manifestantes que apoiam a nova Constituição marroquina.
A Carta Magna aprovada no dia 1º de julho, com 98,5% de votos afirmativos, outorga mais poder ao primeiro-ministro, enquanto o rei cede alguns de seus poderes mais simbólicos, mas não o essencial de suas funções.
Ao mesmo tempo, os jovens pró-reformas repetiram suas frequentes palavras de ordem contra o plebiscito e pediram mais liberdades e a queda do "majzen" (a denominação histórica do sistema político marroquino).
Os cartazes com a foto de Kamal Amari, ativista que morreu no mês passado na localidade de Safi e que, segundo a Associação de Direitos Humanos, morreu pelos ferimentos sofridos durante um protesto, voltaram a ser protagonistas da manifestação do Movimento 20 de fevereiro.
Em Casablanca, onde o cenário foi muito parecido ao de Rabat, Ahmed Mediany, membro do Movimento 20 de Fevereiro, criticou a presença dos jovens monárquicos nas ruas e apontou que "as autoridades pagam às pessoas para se manifestarem durante estes dias".
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