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Na Bolívia, grupo pró-Morales ameaça marcha indígena contra estrada
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FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
Políticos, sindicalistas e indígenas camponeses pró-governo Evo Morales na Bolívia prometem barrar o avanço de uma marcha de indígenas amazônicos que há 15 dias caminha a La Paz para protestar contra a construção de uma estrada financiada pelo Brasil.
Vereadores do município de Yucumo, na divisa com o departamento (Estado) de La Paz, lideraram a montagem de um bloqueio na rota por onde a manifestação indígena passará nos próximos dias rumo à capital.
Outras três cidades anunciaram medidas similares e organizações de Cochabamba, berço político de Morales, planejam realizar no sábado um grande cabildo (assembleia popular) em apoio à rodovia.
O aumento da tensão entre grupos pró e contra a estrada ocorre ao mesmo tempo em que o presidente Morales sobe o tom das críticas aos manifestantes.
Nesta quinta-feira, o presidente boliviano descartou a mudança no projeto inicial da rodovia, a ser construída pela brasileira OAS.
O BNDES financiará 80% da rodovia, com US$ 322 milhões.
Pelos planos da ABC (Administradora Boliviana de Estradas, na sigla em espanhol), a estrada cortaria o Tipnis (Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure), que tem um milhão de hectares e onde vivem três etnias.
Indígenas e seus apoiadores, incluindo jovens de classe média de La Paz, exigem rotas alternativas.
"Não sabem do que estão falando. Não há outra alternativa. É o único que temos", disse Morales ontem em Cochabamba (centro).
IRONIA
A estrada de 306 Km ligará a cidade de San Ignacio de Moxos, no departamento amazônico de Beni, a Villa Tunari, no coração da região cocaleira de Cochabamba, o Chapare.
Morales ironizou a marcha contra a estrada. Disse que lhes "sobra comida" e que eles acampam no meio do trajeto "em barracas lindas".
O presidente boliviano voltou a acusar os manifestantes de serem financiados por ONGs, pelos EUA e até pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Segundo a Folha apurou, mudar o desenho da estrada poderia inviabilizar financeiramente a obra, na avaliação de uma fonte do governo brasileiro que acompanha o tema.
Tanto Brasília como a construtora, porém, temem a radicalização das posições e esperavam que a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas segunda e terça-feira à Bolívia contribuíssem para que Morales adotasse posição mais amena com os manifestantes.
Lula fez na Bolívia uma conferência a empresários patrocinada pela OAS.
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