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Governo interino líbio decide julgar assassinos de Gaddafi
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DA FRANCE PRESSE
O governo interino líbio determinou nesta quinta-feira que encaminhará à Justiça os assassinos do ditador Muammar Gaddafi, morto em circunstâncias ainda não esclarecidas, após ser capturado vivo no dia 20. A decisão vem em resposta aos apelos internacionais para abertura de uma investigação.
"Nós já abrimos uma investigação. Determinamos um código de ética em relação ao tratamento dado aos prisioneiros de guerra. Tenho certeza de que este foi um ato individual e não uma ação revolucionária ou do exército nacional", declarou o vice-presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), Abdel Hafiz Ghoga.
"O responsável [pela morte de Gaddafi], quem quer que seja, será julgado e receberá o que for justo", assegurou Ghoga.
As condições da morte de Gaddafi e seu filho ainda não estão totalmente esclarecidas. O novo poder líbio defende desde o início a tese de que a morte aconteceu durante uma troca de tiros, mas há suspeitas de que tenha ocorrido uma execução sumária.
ATENÇÃO: imagens agressivas a seguir
Por isso, Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediu que fossem investigadas as circunstâncias em que o ditador morreu no dia 20 de outubro e o CNT havia anunciado a instauração de um comitê para esclarecer o evento.
Um novo vídeo da captura de Gaddafi mostra diversos abusos de rebeldes líbios contra o ex-ditador. As imagens fortes foram obtidas pelo site americano de notícias GlobalPost, que atribui a gravação a um rebelde que estava no local.
No vídeo, é possível ver rebeldes agredindo Gaddafi e arrastando-o para uma camionete, onde é transportado ao lado de outros homens. Também é possível ouvir tiros e ver um homem apontando uma arma para a cabeça do ex-ditador, que fica com o rosto ensanguentado.
ATENÇÃO: o vídeo abaixo contém imagens fortes
O premiê da Líbia, Mahmoud Jibril, disse que relatórios de perícia mostram que a causa da morte foi um tiro recebido durante um tiroteio.
PROTESTOS
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, criticou nesta quinta-feira as imagens "repugnantes" da morte de Gaddafi exibidas pela imprensa internacional, informaram agências de notícias russas.
"Toda a família de Gaddafi foi destruída, seu cadáver foi exibido em todos os canais internacionais: é impossível olhar isso sem ficar enojado. O que significa tudo isso?!", disse.
"Ele estava todo ensanguentado, ferido, ainda vivo, depois finalizado (...) e nós exibimos tudo isso nas telas", prosseguiu Putin. "Milhões de pessoas viram estas imagens, inclusive crianças, isto não é desenho animado (...) Isto não trás nada de bom", acrescentou.
Gaddafi foi enterrado em um local secreto na terça-feira, cinco dias depois de ser capturado, morto e exposto à visitação pública. O ex-líder foi visto em vídeo sendo zombado, espancado e submetido a abusos antes de morrer.
As declarações do premiê russo vão de acordo com as dadas pelo presidente americano, Barack Obama, em um programa de TV exibido na terça-feira à noite sobre a transmissão de imagens da morte do ditador. Obama disse que mesmo quem fez "coisas terríveis" merece decoro na hora da morte.
"Isso é algo em que acho que não devemos sentir prazer (vendo)", disse Obama no programa "Tonight Show", de Jay Leno, na NBC, quando questionado sobre o que achava das imagens. "Acho que existe um certo decoro com o qual se trata os mortos, mesmo se for alguém que fez coisas terríveis".
Com agências de notícias
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