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Luiz Augusto Pereira de Almeida

Sustentabilidade plena gera desenvolvimento

Riviera de São Lourenço é a prova de que planejamento e preservação caminham juntos

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Luiz Augusto Pereira de Almeida

Advogado e mestre em administração, é diretor da Sobloco Construtora

Em todo o mundo, uma das tendências mais marcantes no setor corporativo e na agenda global do desenvolvimento refere-se ao ESG (do inglês "Environmental, Social and Governance", ou meio ambiente, inclusão socioeconômica e governança corporativa, numa tradução livre). O princípio, cada vez mais influente nas decisões de investimentos, na preferência dos consumidores e na reputação das empresas, torna anacrônica a visão de que apenas os parâmetros ecológicos definem o conceito de sustentabilidade.

Precisamos avançar nessa questão no Brasil, estimulando e viabilizando empreendimentos que conciliem a criação de empregos, a preservação ambiental e a multiplicação de empresas geridas de modo responsável. Afinal, quando se impede o desenvolvimento sustentável, em especial no uso e ocupação do solo, abrem-se espaços para invasões, sem infraestrutura de saneamento básico, comercial e de serviços. Tais ocupações, tornam-se graves ônus para o poder público e a sociedade.

Movimentação na praia da Riviera de São Lourenço - Bruno Santos/Folhapress

Exemplo de que o desenvolvimento é viável quando se respeitam os três pilares da sustentabilidade —econômico, social e ambiental— encontra-se em Bertioga, no litoral norte paulista. Trata-se da Riviera de São Lourenço, aderente ao conceito de ESG. Quanto ao “S” de social, gera cerca de 12 mil empregos, sendo 5.000 fixos e 7.000 temporários, com impacto direto no perfil do mercado de trabalho. A folha de pagamento que a Riviera cria para Bertioga está perto dos R$ 300 milhões por ano. O “S” também está presente nos projetos de educação ambiental da Fundação 10 de Agosto nas 25 escolas locais. Além disso, o bairro contribui, por meio dos tributos, para as políticas públicas. Embora ocupe somente 1,8% do território municipal, reponde por 50% do IPTU.

O “E” de "environmental (meio ambiente) evidencia-se no fato de a Riviera ter sido, em 2000, o primeiro projeto de desenvolvimento urbano do mundo a obter a certificação ISO 14001 para seu sistema de gestão ambiental. Já em seu projeto, reservaram-se quase 3 milhões de m2 para áreas verdes e institucionais, o equivalente à soma dos parques paulistanos Ibirapuera, do Povo, Burle Marx e Villa-Lobos. Além disso, foram feitas inúmeras compensações ambientais em consonância com as determinações de Cetesb, Ibama e de acordos judiciais com o Ministério Público. O bairro, em todas as suas etapas, cumpriu de modo integral as exigências legais e normas dos órgãos ambientais.

A Riviera mantém programa de replantios, que garante a memória botânica da região. Nos últimos anos, no local e região, foram plantadas mais de 270 mil mudas, sendo 200 mil mudas só de palmito Jussara. Tem programa de coleta seletiva de lixo e sistemas próprios de captação de tratamento de água e esgoto. Por isso, sua praia é uma das “bandeiras verdes” da Cetesb.

Quando surgiu, nos anos 1970, a Riviera não era valorizada como hoje, mas, por antecipar em cinco décadas os conceitos de ESG, e se atualizar sempre no “G” de governança, tornou-se o primeiro projeto intergeracional de desenvolvimento sustentável do país e é cada vez mais procurada. É a prova de que planejamento e sustentabilidade, em seu conceito mais amplo, dão certo.

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