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Bolsonaro enfatiza pauta de costumes em ato com evangélicos no Rio

Presidente voltou a comparar primeiras-damas e disse que não se referia à estética, mas ao coração das mulheres

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Rio de Janeiro e Salvador

O presidente Jair Bolsonaro (PL) baixou o tom nas críticas ao PT que marcaram os seus últimos pronunciamentos e enfatizou a pauta de costumes em reunião com evangélicos na tarde deste sábado (10) no Rio de Janeiro.

Em convenção de Assembleias de Deus na Vila Militar, zona oeste do Rio, Bolsonaro repetiu falas contra o aborto, a legalização das drogas, ao que ele chama de ideologia de gênero e criticou países como Venezuela e Nicarágua.

O presidente Jair Bolsonaro acena enquanto navega em um navio de guerra brasileiro durante cerimônia militar da Marinha, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, neste sábado (10).
O presidente Jair Bolsonaro acena enquanto navega em um navio de guerra brasileiro durante cerimônia militar da Marinha, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, neste sábado (10). - André Borges/AFP

Mesmo sem citar seus oponentes, repetiu parte do discurso do 7 de Setembro e voltou a comparar as mulheres dos candidatos a presidente, enaltecendo Michelle Bolsonaro.

"Eu falei há poucos dias, comparem as primeiras-damas. Não foi no tocante à estética, à maquiagem, à altura ou a outro atributo qualquer apenas visualizado. Eu quis levar em conta o que está no coração da primeira-dama, a minha esposa, e o que esteve nos corações de outras primeiras-damas pelo Brasil."

O presidente ainda destacou a sua atuação como deputado contra o projeto de lei anti-homofobia, rejeitado no Senado, e criticou o decreto de 2011 que instituía o Programa Nacional de Direitos Humanos.

Ao deixar o local, Bolsonaro foi tietado por adultos e crianças que o aguardavam do lado de fora. Ele não falou com a imprensa.

O presidente esteve acompanhado no evento pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), seu aliado e candidato à reeleição.

Antes de deixar o evento, Castro foi questionado por jornalistas sobre a prisão do ex-secretário de Estado de Polícia Civil Allan Turnowski, ocorrida na sexta-feira (9). O delegado foi preso sob suspeita de colaborar com contraventores do jogo do bicho.

O governador respondeu que o caso não afeta "em nada" sua campanha. Castro ainda mencionou que Turnowski foi um secretário excepcional.

"Nenhum ato, pelo menos do que eu ouvi falar, tem a ver com meu governo. Nenhum ato do que estão acusando ele tem a ver com o tempo enquanto secretário", disse Castro.

"Foi um secretário excepcional, um excelente secretário. Meu testemunho em relação ao Allan foi do tempo em que ficou à frente da secretaria. Como não vi autos, denúncia, nada, não tenho como falar desse assunto", completou.

Pela manhã, Bolsonaro participou de uma revista naval promovida pela Marinha do Brasil na baía de Guanabara. Segundo a Marinha, o evento foi organizado em celebração ao Bicentenário da Independência do Brasil.

A revista teve a participação de cerca de 20 navios brasileiros e de outras nações, como Estados Unidos, México, Uruguai, Argentina e Chile.

As embarcações ficaram paradas na baía de Guanabara, em uma área próxima ao centro do Rio. Bolsonaro, também em um navio, passou próximo dos demais em uma espécie de saudação aos presentes.

O ato levou em torno de duas horas. O presidente deixou a agenda sem falar com a imprensa.

Conforme a Marinha, uma revista naval também foi realizada em 1922, no Rio, em comemoração ao Centenário da Independência.

Bolsonaro esteve na capital fluminense na quarta-feira (7) para a agenda do Sete de Setembro. O presidente transformou a data em um evento com contornos de campanha política.

Do alto de um carro de som, em Copacabana, Bolsonaro atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu rival na disputa eleitoral. "Não sou muito bem-educado, falo palavrões, mas não sou ladrão", disse na ocasião.

Ele também afirmou que a esquerda deveria ser "extirpada da vida pública".

Em Copacabana, Bolsonaro ainda distorceu fatos ao dizer que seu governo está há três anos e meio sem corrupção, deixando de lado alguns escândalos como suspeitas na compra de vacinas, em obras da Codevasf (estatal federal) e no MEC (Ministério da Educação).

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