Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Saiba quem é Allan Turnowski, ex-chefe da polícia do RJ preso nesta sexta (9)

Delegado defende 'tolerância zero contra o crime' na campanha e participou dos atos do 7 de setembro

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Rio de Janeiro

O delegado Allan Turnowski, 52, preso nesta sexta-feira (9) sob suspeita de envolvimento com o jogo do bicho, tinha como principal mote de campanha "tolerância zero contra o crime".

Formado em direito pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), o ex-secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro era uma das principais apostas para puxador de votos para deputado federal do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro e do governador Cláudio Castro.

x-chefe da Polícia Civil Allan Turnowski ao lado do governador Cláudio Castro (PL)
Ex-chefe da Polícia Civil Allan Turnowski ao lado do governador Cláudio Castro (PL). - allanturnowski no Instagram

O prestígio foi colocado à prova no último dia 7 de setembro, quando participou do ato de campanha do presidente na praia de Copacabana. No evento, tirou fotos com Bolsonaro e com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e gravou um vídeo de campanha com Castro em cima do trio elétrico principal.

"Governador, é isso que você quer e eu também quero", diz Turnowski no vídeo. "É tolerância zero, Allan Turnowski", responde Castro.

O delegado foi preso sob suspeita de colaborar com contraventores do jogo do bicho. O Ministério Público ainda não divulgou detalhes da denúncia, sob sigilo.

A defesa do ex-chefe da Polícia afirmou que aguarda acesso aos autos para se manifestar. Em vídeo divulgado em suas redes sociais, gravado um mês antes da prisão, o delegado afirma estar sendo vítima de uma perseguição política.

"Por que vão entrar na minha casa? Por perseguição política, porque vocês sabem que estou forte na minha campanha. E como deputado federal, o jogo vai inverter. Hoje, só vocês podem armar para mim. Mentiras, inverdades, fazer uma costura para tentar me desmoralizar", diz Turnowski, candidato pelo PL.

Em seu material de campanha, ele destaca ter comandado a operação na favela do Jacarezinho, em maio do ano passado, a ação mais letal da história da polícia fluminense. Ele afirma que, na incursão, "27 traficantes foram neutralizados" —a quantidade de vítimas integra seu número de urna.

O material não menciona a morte do policial André Frias na operação, nem a denúncia contra quatro policiais civis por três mortes no Jacarezinho.

Em maio deste ano, ele celebrou a destruição do memorial em homenagem aos mortos na operação. "Memorial de traficantes ilegal no chão. O respeito voltou", escreveu no Instagram.

Outra bandeira de Turnowski é o endurecimento de leis contra o crime. Recentemente, criticou o fato de ladrões de celulares não permanecerem presos, usando casos ocorridos no Rock in Rio como mote.

Ele já havia comandado a Polícia Civil do Rio de Janeiro em outra ocasião, entre 2009 e 2011, na gestão Sérgio Cabral.

Na ocasião, o delegado deixou o cargo após uma série de suspeitas de ter vazado informações de uma operação da Polícia Federal a um inspetor alvo da apuração. O caso foi arquivado a pedido do Ministério Público.

A Polícia Civil afirmou, em nota, que ainda não recebeu a denúncia, mas disse que foi na atual gestão "que os três chefes das principais facções da contravenção, Rogério Andrade, Bernardo Bello e José Caruzzo Escafura, o 'Piruinha', foram investigados e tiveram os pedidos de prisão solicitados à Justiça".

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