Descrição de chapéu transição de governo

Lula deverá poupar voz e evitar discursos por uma semana após cirurgia

Presidente eleito pode falar desde que evite excessos; expectativa é que a rouquidão também seja amainada

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São Paulo

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá evitar uso excessivo da voz nos próximos 15 dias, especialmente na primeira semana, após cirurgia de retirada de uma lesão na garganta a qual foi submetido neste domingo (20), em São Paulo.

Nas próximas 24 horas, a recomendação é de repouso. Mas Lula já pode conversar, desde que não cometa excessos. O ideal também é que só volte a discursar dentro de uma semana.

Após essa cirurgia, a expectativa é a de que o petista apresente redução da rouquidão depois de duas semanas de cicatrização da região operada. Lula deve retomar as reuniões em Brasília na quarta (23).

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Carlos Costa-19.nov.22/AFP

Como antecipado pela coluna de Mônica Bergamo, da Folha, Lula chegou no domingo ao Hospital Sírio-Libanês para a realização de uma laringoscopia para retirada de leucoplasia da prega vocal esquerda.

Segundo boletim médico, o procedimento, que durou 40 minutos, mostrou ausência de neoplasia. Foi utilizado laser para acessar a região, com a remoção de uma pequena parte do que os médicos da equipe chamam de "falsa corda vocal" —e que, no caso de Lula, estava muito espessa e impedia uma boa visualização da lesão de 5 mm.

Lula teve alta às 7h45 desta segunda-feira (21) e está em sua casa em São Paulo.

Segundo especialistas, nessas duas semanas de recuperação, a sensação, para o paciente, se assemelha aos sintomas de uma laringite. Essa leucoplasia —que consiste no surgimento das manchas brancas— foi identificada no exame realizado no último dia 12.

Durante a cirurgia, que exigiu anestesia geral, ele foi acompanhado pelas equipes médicas coordenadas por Roberto Kalil Filho, Artur Katz, Rubens Brito, Rui Imamura e Luiz Paulo Kowalski. O deputado federal Alexandre Padilha (PT), que é médico, também acompanhou Lula no hospital.

Além da orientação para que evite excessos, o presidente eleito deverá intensificar exercícios diários de fonoaudiologia.

O motivo para a cirurgia era para retirada e diagnóstico, que constatou ausência de neoplasia.

Mas, segundo um médico que acompanhou o procedimento, a retirada da leucoplasia também afasta o risco de transformação da lesão em um câncer, o que pode acontecer em 10% dos casos, principalmente em pacientes com mais de 65 anos.

A cirurgia foi recomendada após surgimento de manchas brancas, provocadas na maioria das vezes por tabagismo, álcool e refluxo, sendo potencializado por uso excessivo da voz.

O tabagismo é apontado como principal causa do problema. Lula também sofre de refluxo.

Ex-fumante, Lula já tem um trauma crônico. Mas a lesão teria aumentado essa rouquidão, ainda mais durante a campanha eleitoral —que exigiu uso excessivo da voz. Por isso, há expectativa de melhora da voz após cicatrização da região operada.

Lula recebeu em novembro de 2011 o diagnóstico de câncer na laringe, doença que o submeteu a sessões de radioterapia e quimioterapia. Foi considerado livre da doença em junho de 2012.

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