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Taxa de alfabetização é desigual entre negros e brancos, diz IBGE
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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar da redução das taxas de analfabetismo no Brasil, ainda persistem grandes diferenças entre a taxa de alfabetização de negros (pretos e pardos) e brancos, segundo novos dados do Censo 2010, divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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Editoria de Arte/Folhapress |
Veja mapa interativo do Censo 2010 |
Segundo os dados, a taxa de analfabetismo entre pessoas pretas ou pardas de 15 ou mais anos de idade era de 14,4% e 13,0%, respectivamente, contra 5,9% dos brancos.
Essa diferença se acentua em municípios de menor porte. O analfabetismo na população preta de 15 anos ou mais chega a 27,1% nos municípios com até 5.000 habitantes e a 28,3% nas cidades entre 5.001 e 20.000 habitantes, caindo para 24,7% nos municípios entre 20.001 e 50.000 habitantes.
Entre os pardos, a taxa de analfabetismo variou de 20,0% a 22,1% na faixa que vai dos municípios com até 5.000 habitantes até os com até 50.000 habitantes.
MAIS PRETOS E PARDOS
A maioria da população brasileira se declarou como preta ou parda, segundo dados do Censo 2010.
Cerca de 50,7% da população se declarou preta ou parda nos questionários do Censo, feito ano passado. Na pesquisa anterior, de 2000, esse número era de 44,7% da população.
Dos cerca de 191 milhões de brasileiros registrados no Censo 2010, 91 milhões se disseram brancos (47,7%), 15 milhões pretos (7,6%) e 82 milhões pardos (43,1%). Além disso, cerca de 2 milhões que se definiram como amarelos e 817 mil se intitularam indígenas.
Segundo o IBGE, destaca-se a concentração de pretos e pardos no Norte e no Nordeste; no Sudeste e Sul a maioria continua sendo de brancos, acompanhando os padrões históricos de ocupação do país, segundo o instituto.
Pretos e pardos mostram maior proporção na parcela da população abaixo de 40 anos; já os brancos têm maior proporção de idosos - maiores de 65 anos e, principalmente, maiores de 80 anos de idade.
Para o IBGE isso está ligado às diferenças de condições de vida e acesso a cuidados de saúde, assim como à participação desigual na distribuição de rendimentos.
Os rendimentos médios mensais dos brancos (R$ 1.538) e amarelos (R$ 1.574) se aproximam do dobro do valor relativo aos grupos de pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) ou indígenas (R$ 735).
As maiores diferenças entre os rendimentos estavam nos municípios com mais de 500 mil habitantes.
Salvador lidera a desigualdade dos rendimentos entre brancos e pretos, com os brancos ganhando 3,2 vezes mais do que pretos. Em seguida aparece Recife (PE), onde os brancos ganham 3 vezes mais, e Belo Horizonte (MG), onde essa razão é de 2,9 vezes a mais.
Entre brancos e pardos, São Paulo (2,7) aparece no topo da lista, seguida por Porto Alegre (2,3). Em terceiro lugar estão empatadas Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde brancos têm um rendimento 2,3 vezes maior do que pardos.
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