Biossimilar para câncer de mama chega em março ao país

Vendido sob a marca Zedora, remédio deverá baratear tratamento 

Everton Lopes Batista Luisa Leite
São Paulo

A farmacêutica Libbs informou que a nova droga biossimilar para tratar câncer de mama chegará ao país em março.

O medicamento, vendido sob a marca Zedora, é uma terapia alvo contra câncer de mama HER2+, um tipo de tumor mais agressivo que responde por cerca de 20% dos casos. O tumor tem incidência entre mulheres mais jovens e costuma levar tempo para ser diagnosticado.

O Zedora reproduz o princípio ativo do trastuzumabe, medicamento usado hoje no combate do tumor HER2+ cuja dose custa R$ 3.945,84. De acordo com a Libbs, o Zedora deve ser oferecido a um preço mais baixo, mas o valor ainda não foi divulgado.

O trastuzumabe é usado no Brasil desde 1999, quando foi aprovado pela Anvisa. À época, foi considerado uma revolução no tratamento do tumor HER2+, que possuía um prognóstico muito negativo, afirma Marina Sahade, mastologista do hospital Sírio Libanês.

O SUS demorou para incorporá-lo. Ele é oferecido pela rede pública para tratamento de tumores em fase inicial desde 2013.

Mulher, vista de costas, coloca mama esquerda em aparelho de mamografia. Ela é auxiliada por pessoa usando jaleco branco.
O exame de mamografia permite o diagnóstico precoce do câncer de mama - Folhapress

Em agosto do ano passado, o SUS ampliou seu uso para pacientes com câncer metastático tratamento mais longo e mais caro que o do tumor em fase inicial.

Por conta do alto custo da medicação, o acesso a pacientes na rede pública é mais difícil que por planos de saúde. No SUS, é preciso realizar exames que comprovem a positividade do HER2 para iniciar o tratamento.

"O importante é que a paciente que precise receba, o quanto antes, o tratamento --seja o trastuzumabe ou o Zedora. Há esperança que a chegada do biossimilar amplie esse acesso", diz Sahade.

Inicialmente, o remédio será importado da Biocon, uma farmacêutica indiana que fará a transferência de tecnologia para a indústria brasileira e também para o Instituto Butantan por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).

Quando o processo terminar, em até cinco anos, o medicamento será produzido no Brasil, na fábrica da Libbs, localizada em Embu das Artes (SP).

O Zedora estará disponível nas instituições de tratamento oncológicos do SUS e na rede privada. Segundo o laboratório, ele será coberto por planos de saúde.

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