Brasileiros criam robô humanoide para atender em restaurantes e hotéis

Robô Annye custa mais de R$ 220 mil; cem cabeças serão entregues até o fim de 2019

Paula Soprana
São Paulo

Annye (de any, qualquer, em inglês) é o primeiro humanoide —robô com aspecto humano— a ser vendido para fins de atendimento no Brasil.

A boneca inteligente custa cerca de US$ 60 mil (R$ 222 mil) e pode servir para qualquer função de atendimento, por isso o nome.

robô tem o rosto de uma mulher. Com cílios falsos, olhos e lábios maquiados. Ela tem pescoço e colo, que simula um decote
A robô humanoide Annye e (ao fundo) Luiz Locks, da Realbotix, na Futurecomm - Paula Soprana/Folhapress

Em hotéis, pode realizar checkin, checkout, fazer reservas de jantares e responder sobre o cronograma das atividades. Em hospitais, sua utilidade é acompanhar pacientes internados, para que "não se sintam sozinhos".

Exposta pela empresa Realbotix no Futurecom, evento de tecnologia que acontece em São Paulo de 15 a 18 de outubro, o robô de silicone é programado para realizar conversas simples com humanos.

"Vendemos cem cabeças que serão entregues para o setor hospitalar e hoteleiro até o fim de 2019", diz Gustavo Hernandes, diretor da Realbotix, uma joint venture de três anos formada pelas empresas americanas Abyscreation, da Califórnia, Taxtron, do Texas, e NextOS, de Curitiba (PR).

A diferença de Annye para Sophia, uma humanoide popular na comunidade tecnológica, é que a boneca brasileira está à venda.

Sophia é um projeto acadêmico e gerou controvérsias por ser anunciada cidadã pelo governo saudita, jogada de marketing polêmica para um país em que as mulheres adquiriram há poucos meses o direito de dirigir.

O investimento no robô foi de US$ 5 milhões (R$ 18 milhões). O sistema usa aprendizado de máquina, um subcampo da inteligência artificial, e chega a sete estágios de conversa. Annye se difere de um chatbot, robô virtual usado para atendimento em sites, porque é física.

"Depois da sétima interação, ela começa a se confundir", explica Hernandes.

Nenhuma venda foi feita no Brasil, mas a expectativa dos criadores é que o boneco interesse a atendimento no varejo.

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