Índia pede para WhatsApp desistir de nova política de privacidade, diz agência

Nova política prevê que dados dos usuários sejam compartilhados com o Facebook

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Nova Déli e São Paulo | Reuters

O Ministério de Tecnologia da Índia encaminhou pedido ao WhatsApp para que a empresa desista de implementar uma nova política de privacidade que prevê que dados dos usuários sejam compartilhados com o Facebook, controlador do aplicativo, afirmaram duas fontes governamentais. A Índia é o maior mercado do WhatsApp em número de usuários.

Na carta de 18 de maio, o ministério afirma que poderá recorrer a uma ação legal contra a companhia se não cumprir os termos da legislação indiana, afirmou uma das fontes, acrescentando que a pasta deu prazo para uma resposta até 25 de maio.

Facebook integra cada vez mais atividades de usuários nas plataformas de grupo; atualização dos termos de uso entra em vigor no sábado (15)
Facebook integra cada vez mais atividades de usuários nas plataformas de grupo; atualização dos termos de uso entra em vigor no sábado (15) - Reuters

O Ministério de Tecnologia da Índia não comentou o assunto.

"Continuamos a trabalhar com o governo e reafirmamos o que dissemos antes, que esta atualização (na política) não impacta a privacidade das mensagens de ninguém", afirmou o WhatsApp em comunicado.

Com mais de 500 milhões de usuários na Índia, o WhatsApp tem grandes planos para a atuação do aplicativo no mercado de pagamentos digitais. Mas a pressão do governo sobre a mudança na política de privacidade pode criar uma dor de cabeça para a companhia.

No Brasil, segundo maior mercado para o aplicativo de mensagens (mais de 120 milhões de pessoas), os termos de uso já entraram em vigor, mas autoridades governamentais pediram um prazo para que a companhia não bloqueie ou diminua a qualidade do serviço de quem não concordar com as novas regras. O novo prazo vai até 15 de agosto.

A atualização da política de privacidade não altera a comunicação pessoal no aplicativo, que é segura com criptografia de ponta a ponta, mas modifica regras para a comunicação entre pessoas e marcas.

Desde 2016, o WhatsApp pode compartilhar alguns dados de usuários com outras empresas do grupo Facebook, como Instagram e a própria rede no social. A mudança é que, a partir dos novos termos, quem não concordar com o compartilhamento, não consegue mais usar o WhatsApp plenamente.

A ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) do Brasil, o Cade, o Ministério Público Federal e a Senacon, ligada ao Ministério da Justiça, estudam os termos e devem se reunir novamente com a empresa nos próximos meses. É a segunda vez que o WhatsApp dá um prazo para maior negociação no Brasil.

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