Chatbot do Google comete erro na primeira demonstração ao público

Big tech anunciou nova plataforma de inteligência artificial na segunda para concorrer com ChatGPT

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São Paulo

A primeira apresentação ao público do chatbot inteligente do Google foi marcada por um erro de 18 anos. Chamado de Bard, o recurso foi lançado na segunda-feira (6) para concorrer com o ChatGPT.

Um gif divulgado pela própria big tech mostra o robô afirmar que o telescópio James Webb capturou as primeiras imagens de planetas fora do sistema solar. Mas uma busca no próprio Google leva a um link no site da Nasa que mostra que as primeiras fotos de exoplanetas foram tiradas pelo telescópio terrestre europeu VLT.

Printscreen da pergunta feita ao Bard sobre as descobertas do telescópio James Webb. O robô responde: as primeiras imagens capturadas de planetas fora do Sistema Solar.
Interface do Bard, chatbot anunciado pelo Google nesta segunda (6). Foto mostra pergunta feita ao Bard sobre feitos do telescópio James Webb - Reprodução/Google

Astrônomos foram às redes sociais na terça (7) apontar o erro da inteligência artificial. O astrofísico de Harvard Grant Tremblay divulgou a foto de 2004 que deu forma a um exoplaneta pela primeira vez, apesar da baixa resolução. Ele fez a ressalva de que o Bard deve ser "incrível".

As primeiras imagens do James Webb foram divulgadas pela Nasa em meados de 2022.

O Google afirma ter postergado o lançamento de ferramentas de inteligência artificial para garantir um produto seguro e de qualidade. O Bard deve ser aberto a testes com o público nas próximas semanas para levantar feedback dos usuários.

As ações da Alphabet, holding detentora do Google, caíram 8% após a resposta imprecisa do chatbot Bard, segundo a agência de notícias Reuters.

O ChatGPT também comete imprecisões factuais e inventa referências teóricas. A criadora do robô, OpenAI, alerta que as respostas de sua tecnologia precisam ser checadas por humanos antes de divulgadas ao público.

Embora o Google detivesse liderança no mercado de aprendizado de máquina, a startup de inteligência artificial pôde ser menos conservadora e saiu à frente no lançamento de modelos generativos de linguagem.

O Bard será lançado com uma versão mais leve do LaMDA, modelo de linguagem para aplicativos de diálogo, na sigla em inglês. O recurso baseado em IA também deve integrar o motor de buscas do Google.

O LaMDA protagonizou uma polêmica no ano passado. O então engenheiro de software sênior de IA do Google, Blake Lemoine, alegou que o chatbot do grupo seria "autoconsciente". Ele foi demitido da empresa em julho do ano passado e desmentido por cientistas.

Em 2016, a Microsoft lançou um chatbot baseado em inteligência artificial no Twitter com nome Tay. A ideia era que o robô interagisse com adolescentes nas redes sociais para reunir conhecimento, mas a conta automatizada acabou reproduzindo preconceitos e até ideais nazistas.

A Microsoft agora integra as tecnologias da OpenAI em suas ferramentas, após fazer um aporte bilionário.

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