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O que esperar da compra da Activision Blizzard pela Microsoft após veto do Reino Unido

Desistência do maior negócio da indústria de games é pouco provável, mas cenário ainda pode mudar

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São Paulo

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A compra da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões (R$ 349,1 bilhões), considerada o maior negócio da história da indústria de games, sofreu um baque na última quarta-feira (26), quando a CMA (Autoridade de Concorrência e Mercados) do Reino Unido decidiu bloquear a aquisição.

Explico com perguntas e respostas o que rolou e o que pode acontecer:

Por que o negócio foi bloqueado? A CMA considerou que a compra da Activision Blizzard daria uma vantagem desleal para a Microsoft no ainda incipiente mercado de "cloud gaming", que permite que jogadores acessem títulos premium diretamente de um servidor de internet, sem a necessidade de um equipamento poderoso ou de um console.

Em relatório divulgado na última quarta, o órgão afirma que a empresa americana domina esse mercado e, com a aquisição, ampliaria ainda mais sua vantagem comercial com a exclusividade da oferta de jogos como "Call of Duty", "Overwatch" e "World of Warcraft" na nuvem, "reduzindo a possibilidade de inovação e as opções de mercado no Reino Unido".

Logo da Microsoft em smartphone em frente ao logo da Activision Blizzard - Dado Ruvic - 18.jan.22/Reuters

A Microsoft tomou alguma medida para tentar remediar essa situação? Sim. A empresa anunciou nos últimos meses uma série de acordos com empresas que atuam no mercado de "cloud gaming" como Nvidia, Boosteroid e Nware. Ficou acertado que os games da Activision Blizzard terão espaço nessas plataformas por um período de dez anos.

Ainda assim, a CMA considerou que as medidas não eram suficientes para sanar suas preocupações. Entre outros motivos, o órgão argumentou que elas não cobrem serviços que incluem acesso direto a jogos (como é o caso do Xbox Game Pass, da Microsoft) e que utilizam sistema operacional diferente do Windows.

Qual foi a reação das empresas envolvidas? Nada boa. O presidente da Microsoft, Brad Smith, afirmou durante uma entrevista à rede britânica BBC que a decisão da CMA é "ruim para a Grã-Bretanha" e desencoraja a inovação e o investimento no Reino Unido.

"Tenho que dizer, esta decisão é provavelmente o dia mais sombrio em nossas quatro décadas no Reino Unido", afirmou.

A Activision Blizzard, segundo o jornal The Guardian, afirmou por meio de um porta-voz que "as conclusões do relatório são um desserviço aos cidadãos do Reino Unido, que enfrentam perspectivas econômicas cada vez mais sombrias. Vamos reavaliar nossos planos de crescimento. Inovadores globais, grandes e pequenos, vão perceber que --apesar de toda a retórica-- o Reino Unido está claramente fechado para negócios."

O bloqueio pode ser revertido? Sim, mas não será fácil. A Microsoft e a Activision Blizzard afirmaram que entrarão com recurso no tribunal de apelação do órgão de concorrência do Reino Unido. Especialistas ouvidos pelo site GamesIndustry.biz afirmam ser pouco provável que a decisão da instância inferior seja revista, a menos que seja identificado erro procedimental do órgão. Além disso, o processo pode durar meses, arrastando o caso até o ano que vem.

Outros países também foram contra a aquisição? Os órgãos reguladores de concorrência de países como Brasil, Japão, Árabia Saudita, Ucrânia, Sérvia, África do Sul e Chile aprovaram o negócio, mas ele ainda enfrenta resistência em alguns dos principais mercados do mundo.

Assim como no Reino Unido, nos EUA a FTC (comissão reguladora da concorrência no país) mostrou preocupação com o negócio e decidiu entrar na Justiça para tentar bloqueá-lo. Segundo o órgão, a aquisição prejudicaria a concorrência no mercado de consoles de alta-performance e de serviços de assinatura de games. A próxima audiência sobre o caso está marcada para o início de agosto.

O órgão regulador europeu deve dar seu parecer em 22 de maio. Segundo a agência de notícias Reuters, a aquisição deve ser aprovada.

O negócio pode ser cancelado? As declarações dos executivos das duas empresas e a disposição que eles vêm mostrando para seguir em frente com a aquisição levam a crer que a desistência do negócio é pouco provável. No entanto, as próximas definições sobre o caso, em especial nos EUA e na União Europeia, podem mudar esse cenário.

Caso a aquisição seja aprovada no resto do mundo, a Microsoft poderia buscar novos acordos no Reino Unido para convencer a CMA a liberar o negócio. Outra solução seria fazer concessões, como bloquear games da Activision Blizzard em sua plataforma de jogos na nuvem no país ou se desfazer de parte dos bens da empresa.

Se mais obstáculos aparecerem, a Microsoft pode chegar à conclusão de que vale mais a pena desistir do negócio e buscar alguma outra publisher disponível no mercado para atingir seus objetivos com a compra.


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dica de game, novo ou antigo, para você testar

A menos de duas semanas do lançamento de "The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom", esse é um bom momento para conhecer (ou relembrar) o título que deu origem ao principal lançamento da Nintendo para este ano. O novo game do herói Link é uma sequência de "Breath of the Wild", que foi responsável por reinventar a série como um jogo de mundo aberto. Considerado por muitos como um dos melhores jogos da história, ele não pode passar em branco para nenhum fã de games de aventura.

Imagem do jogo "The Legend of Zelda: Breath of the Wild", para Nintendo Switch
Imagem do jogo "The Legend of Zelda: Breath of the Wild", para Nintendo Switch - Divulgação

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novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • Funcionários da Sega na América do Norte formaram um sindicato com 144 trabalhadores, afirmou o site The Verge. Segundo a publicação, esta pode se tornar a maior organização sindical da indústria de games dos EUA por envolver trabalhadores de diferentes áreas, como QA (controle de qualidade), localização, live service, marketing e desenvolvimento de produtos.
  • Um mapa educacional de "Minecraft" foi criado pelas ONGs Amazone-se, o Centro de Trabalho Indigenista e a Survival International para conscientizar crianças sobre os danos do garimpo na Amazônia. O mapa do projeto "Terra Não Minerável" reproduz uma terra indígena e não permite que os jogadores danifiquem o solo, subvertendo a lógica do jogo.
  • A Gamescom, principal conferência de games da Europa, anunciou que a Nintendo voltará a estar presente na sua exposição após quatro anos. A mudança de comportamento levou analistas a levantarem a hipótese de que a empresa japonesa pode aproveitar a ocasião para fazer um grande anúncio.
  • A Ubisoft, que vinha apostando em um site próprio para venda de jogos, deve disponibilizar nos próximos meses mais quatro games no Steam. A página da publisher na plataforma lista os lançamentos de "Far Cry 6" para 11 de maio, além de "Riders Republic", "Tom Clancy's Rainbow Six Extraction" e "Monopoly Madness" para junho.
  • A FromSoftware, criadora das séries "Dark Souls" e "Elden Ring", anunciou a data de lançamento de seu próximo game. "Armored Core 6: Fires of Rubicon", novo game de sua franquia de batalha de mechas, deve chegar às lojas em 25 de agosto.
  • A Heineken lançou uma curiosa plataforma de matchmaking para adultos. No site Beer Matchmaking, os jogadores podem escolher dia, horário, plataforma e nível preferido para jogar e para encontrar adversários para 12 games diferentes.
  • A Lego anunciou o lançamento de quatro conjuntos para montar da franquia "Donkey Kong". A novidade aponta para uma ampliação da parceria da marca dinamarquesa, que até agora só tinha conjuntos baseados no universo de "Super Mario Bros.", com a Nintendo.
  • A franquia "Call of Duty" deve se expandir no ano que vem e ganhar um jogo de tabuleiro, segundo a revista Variety. O jogo desenvolvido pela Arcane Wonders será um título de estratégia que colocará os jogadores no papel de soldados de elite tentando vencer uns aos outros em mapas inspirados pelo game.
  • Os desenvolvedores de "Dead Island 2" comemoraram no Twitter que o game chegou a um milhão de cópias apenas no primeiro fim de semana após o lançamento, no último dia 21.

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games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

2.mai
"Age of Wonders 4": R$ 165,99 (PC), R$ 184,95 (Xbox X/S), R$ 264,90 (PS 5)
"Redfall"*: R$ 249 (PC), R$ 349,95 (Xbox X/S)

3.mai
"Super Dungeon Maker": R$ 59,99 (PC, Switch)

4.mai
"Ravenlok"*: R$ 66,99 (PC), R$ 92,45 (Xbox Series One/X/S)
"Golden Idol Mysteries: The Spider of Lanka"**: preço não disponível (PC)

*Disponível no Xbox Game Pass
**Expansão de "The Case of the Golden Idol"

Promoção da semana

Na próxima quinta (4) é comemorado no mundo todo o Dia do Star Wars. Em comemoração, a GOG.com e a Steam já colocaram uma série de games da franquia à venda com descontos de até 85%, como "Star Wars: Squadrons" por R$ 29,85 (-85%), "Lego Star Wars - A Saga Skywalker" por R$ 79,99 (-60%).

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