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Elon Musk processa OpenAI e Sam Altman por aliança bilionária com a Microsoft

Dono da Tesla acusa startup de descumprir acordo fundador para construir IA que beneficiaria a humanidade

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Madhumita Murgia Cristina Criddle
Londres | Financial Times

Elon Musk entrou com um processo contra a OpenAI e seu CEO Sam Altman alegando que a aliança multibilionária da dona do ChatGPT com a Microsoft comprometeu o propósito original da startup de construir sistemas de inteligência artificial para o benefício da humanidade.

"A OpenAI foi transformada em uma subsidiária de fato de código fechado da maior empresa de tecnologia do mundo: a Microsoft", escreveram os advogados de Musk em uma petição emitida para um tribunal de San Francisco na quinta-feira (29).

"Sob seu novo conselho, não está apenas desenvolvendo, mas está refinando uma AGI [inteligência artificial geral] para maximizar os lucros da Microsoft, não para o benefício da humanidade." A AGI é uma IA com mesmo nível de inteligência que os seres humanos, ou até mesmo superior.

O bilionário Elon Musk - Guglielmo Mangiapane - 16.dez.2023/Reuters

Musk diz que o objetivo do processo é "obrigar" a OpenAI a cumprir seu acordo fundador de construir tecnologia que não beneficie simplesmente indivíduos como Altman e corporações como a Microsoft.

Procurada, a OpenAI não quis comentar. Representantes de Musk e a Microsoft não responderam até a publicação desta reportagem.

O bilionário da tecnologia foi um dos cofundadores da OpenAI em 2015. Na petição legal, Musk disse que doou um total de US$ 44 milhões ao grupo.

O chefe da Tesla deixou o conselho da OpenAI em 2018 após desentendimentos com Altman sobre a direção da pesquisa. Um ano depois, o grupo estabeleceu um braço com fins lucrativos, por meio do qual a Microsoft investiu cerca de US$ 13 bilhões.

A aliança está sendo revisada por órgãos reguladores de concorrência nos EUA, na União Europeia e no Reino Unido. O presidente da Microsoft, Brad Smith, disse nesta semana que as empresas são "parceiras muito importantes", mas que "a Microsoft não controla a OpenAI".

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) emitiu intimações para executivos da OpenAI em novembro como parte de uma investigação sobre se Altman havia enganado seus investidores, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Essa investigação começou logo após o conselho da OpenAI demitir Altman como CEO apenas para readmiti-lo dias depois. Um novo conselho foi instituído desde então, incluindo o ex-executivo da Salesforce, Bret Taylor, como presidente.

Um escritório de advocacia independente, o WilmerHale, está realizando uma análise interna sobre as alegações do antigo conselho contra Sam Altman.

Após o lançamento do ChatGPT no final de 2022, a OpenAI se tornou líder em IA generativa —software que pode produzir texto, imagens e código em segundos—, o que os analistas acreditam que vai revolucionar setores em todo o mundo. Rivais da Microsoft, como Google e Amazon, também estão investindo alto no desenvolvimento da tecnologia.

Na ação judicial, os advogados de Musk escrevem que o acordo fundador da OpenAI exige que a startup torne sua "tecnologia abertamente disponível ao público", mas em vez disso tem sido usada "como tecnologia proprietária para maximizar os lucros" da Microsoft.

As alegações de Musk se baseiam no fato de que, se a OpenAI fizer uma descoberta que leve à criação da AGI, a Microsoft não será dona dos direitos sobre a tecnologia revolucionária.

Ele acrescentou que o novo conselho da OpenAI não tem a qualificação necessária para determinar "se e quando a OpenAI alcançou a AGI —e, portanto, para avaliar se desenvolveu um algoritmo que está fora do escopo da licença da Microsoft".

O processo também busca uma decisão dos tribunais sobre se tecnologias como o GPT 4 —o último modelo de IA da OpenAI— já podem ser consideradas AGI.

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