Justiça francesa considera touradas no sul do país constitucionais

O Conselho Constitucional francês considerou nesta sexta-feira que as touradas realizadas no sul do país são legais e não violam a Constituição.

O Conselho se pronunciou após processo apresentado por duas organizações contra as touradas e a favor dos direitos dos animais.

Os juízes consideraram de acordo com a Constituição o artigo do Código Penal francês que introduz uma exceção para que possam ser realizadas touradas em cidades que tenham uma tradição neste tipo de evento.

As organizações afirmavam que a prática constituía maus-tratos aos animais e não podia ser considerada legal em nenhuma parte do país.

Os magistrados assinalaram que os deputados é que devem estabelecer em quais circunstâncias a tourada é ilegal, e consideraram que a atual noção de "tradição local ininterrupta" não é ambígua, como afirmavam os denunciantes.

O processo foi apresentado após o governo anterior declarar em abril de 2011 que a tauromaquia era patrimônio cultural do país.

	Yoan Valat - 15.set.12/Efe
	Toureiro cumprimenta o público após matar um touro na praça de Nimes, na França

O vice-presidente do Comitê Radicalmente Antitourada (CRA) Jean-Pierre Garrigues, afirmou à agência Efe que a briga "não terminou" e considerou que a decisão foi mais política do que jurídica.

"Vivemos uma ditadura taurina, os políticos se deixaram levar pelo lobby dos touros e não escutam o povo. A pressão dos políticos provocou esta sentença. Me dá vergonha de ser francês", afirmou.

A decepção dos detratores das touradas contrasta com a alegria dos defensores da tauromaquia, que consideram a questão encerrada, de acordo com o presidente da União de Cidades Taurinas da França (UVTF), Guillaume François.

"Sentimos um grande alívio porque se legitimou uma prática cultural tradicional em diversas regiões francesas", comemorou.